Como acalmar o interior

Existem situações que tiram nossa calma interior

 

Como está seu íntimo? Que pensamentos surgem de repente em sua cabeça? Quantas vezes você olha sua face no espelho e não se reconhece?

Talvez você seja uma pessoa agressiva, dura, que tenha acabado de cometer uma besteira, falado demais, gritado ou ofendido alguém. Neste momento, você mergulha em sua vida íntima e descobre que tudo aconteceu por causa de suas feridas interiores. Elas estão dentro de você e precisam ser curadas.

A vida íntima, o auto-conhecimento é uma força primitiva do espírito, avaliadora, criadora de valores, intensiva, capaz de atingir os graus mais variados.

A decisão de xingar alguém, acelerar o carro e fugir ou a decisão mais difícil que você precisa tomar, todas passam por sua vida interior; são decididas primeiro dentro do seu coração, nos movimentos mais profundos de sua alma. É uma luta pessoal resolver os problemas da vida íntima.

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Foto: Daniel Mafra/Canção Nova

É um tribunal da consciência que acontece em nossos pensamentos, nos quais somos os juízes de nossos atos e, ao mesmo tempo, o réu, o júri, o advogado de defesa e de acusação. Neste tribunal, levantamos provas a favor e contra nós mesmos, nos julgamos inocentes ou culpados e nos enxergamos pelas lentes de nossa auto-imagem. É nesse tribunal que decidimos se nossa consciência vai pesar ou não, quando paramos nossos trabalhos, nos aquietamos e encontramo-nos sozinhos com nossas atitudes e pensamentos concretos do dia-a-dia.

Mesmo em meio à confusão de ruídos que a presença ou a ausência de sua família faz, ruídos que são escutados na saudade de um amor, na decepção com outra pessoa, no centro de sua cidade…Você começa sempre a conversar consigo mesmo.

O que fazer quando a alma não se aquieta ?

Os jovens pensam no futuro, os velhos no passado, a cabeça não pára. A alma não se aquieta, sempre quer fazê-lo pensar, e em sua sua cabeça flui pensamentos, aos quais você precisa dar uma resposta, uma satisfação. Somente Deus pode responder a essa alma que não se cansa de buscar algo maior, que justifique o seu existir.

Nas horas de isolamento, a luta pessoal para resolver os problemas da vida íntima recomeça. É o próprio movimento de Deus em nós. “Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco” (Mc 6,31). Foi o que Jesus disse aos Seus Apóstolos.
Quantas vezes você gostaria de interromper esse processo, mas não pode? Sua cabeça não pára de pensar.

“Nosso coração vive inquieto, na insatisfação, enquanto não repousa no Senhor” (Agostinho de Hipona). Porque somos feitos para o Deus vivo e porque nossa alma só pode repousar n’Ele.

Gosto da seguinte analogia: quando um navio vai se aproximar de um cais para aportar, o prático ou o timoneiro tem de ser muito preciso e usar muita perícia para levar o navio com segurança até o lugar certo, no ancoradouro. Não é qualquer lugar, mas o lugar certo. Para ajudar o responsável a guiar aquele navio, evitando os perigos das águas litorâneas e rasas, o porto tem uma série de luzes instaladas na água e na costa, que orientam e informam a cada momento sobre sua posição. Para saber que está na direção certa, livre de todos os perigos, o timoneiro tem de estar sempre numa posição tal que todas as luzes estejam enfileiradas. Quando olha para aquelas luzes e enxerga uma só, é porque elas estão todas alinhadas. Enquanto as luzes permanecem assim, ele sabe que o navio está percorrendo a trajetória certa. E seguindo dessa forma, mantendo sempre a sua direção por meio das luzes, o navio chegará seguro, sem perigo de naufrágio.
Da mesma forma, podemos alinhar as luzes que norteiam a nossa vida para podermos alcançar o porto seguro. Vamos alinhar as luzes em direção ao Senhor? Trilhe este caminho de auto-conhecimento, e alinhe as luzes em direção ao Senhor. Deus abençoe esta descoberta.

Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib

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