Reflexão

Vivendo em sadia convivência

Homens e mulheres em sadia convivência

O processo para transformar a cana em álcool é muito demorado. A cana precisa ser passada várias vezes na moenda até o bagaço ficar totalmente seco; surge, aí, a garapa, que também não é pura ainda, pois possui muitos resquícios da cana. Para retirar toda a impureza, a garapa vai para o fogo e, depois de fervida, é destilada. O líquido sobe por uma serpentina e, à medida que sobe, vai sendo purificado, até se tornar álcool puro. A cana já possui o álcool em si, mas precisa se deixar moer, ferver e destilar num longo processo de purificação.

Arquivo CN/cancaonova.com

Você, nesse processo, precisa deixar-se trabalhar pelo Espírito Santo para que venha à tona o “álcool puro” que você é. Pode ser que você já esteja passando pela serpentina, já bastante destilado, mas não está puro totalmente; pode ser também que você esteja como caldo grosso ou ainda passando pela moenda, o que é doloroso. É preciso que você aguente firme: é a hora em que Deus quer trabalhar em você!

Nesse processo de purificação, Deus colocou homem e mulher juntos. É um erro pensar que para poder ser puro é necessário “separar as águas”. No meu tempo de menino, na escola, nós brincávamos separados: homem com homem e mulher com mulher. Mas compreenda: Deus criou homem e mulher para viverem juntos, em sadia convivência.

Para que os homens sejam puros e consigam chegar aonde Deus quer, precisam das mulheres. Eles precisam conviver com elas de forma sadia, como Deus sempre quis, e não da maneira que o mundo apresenta. Da mesma forma, para que as mulheres sejam puras e passem por esse processo de destilação, precisam de uma sadia convivência com os homens.

A realidade mostra que todos nós fomos muito marcados quanto ao relacionamento homem e mulher. Fatos dolorosos aconteceram conosco. Principalmente a mulher tem sido muito marcada. Talvez você, mulher, nem queria saber de homens, pois acha que são todos iguais àquele que a decepcionou.

Muitos homens tiveram experiências com mulheres fáceis, que se insinuaram e se entregam facilmente. Para eles, a mulher se tornou apenas objeto de prazer. Nada disso, porém, corresponde à realidade linda que Deus criou.

Na Canção Nova, Deus nos deu a graça da experiência de homens e mulheres vivendo em sadia convivência, mostrando que é possível criar um oásis no meio desse deserto de depravação e malícia. Não é fácil; é uma luta. Mas é possível. É nesta convivência sadia de homens e mulheres que vai acontecer a purificação de que todos nós precisamos.

Esse é o projeto de Deus! Isso é possível! E é isso que vai nos levar a ser homens e mulheres puros, como o álcool que começou como cana; depois, garapa suja, e se tornou álcool puro.

Somos assim! Somos como os peixes na piracema: nessa subida, damos saltos para chegar lá. Às vezes, erramos, mas tentamos de novo até conseguirmos. Vamos sangrar na subida, mas não somos destinados a morrer na praia da baixaria deste mundo.

Os que não lutam nem se deixam levar pela correnteza morrem e geram morte.

Não ceda! Precisamos povoar céus novos e terras novas com homens e mulheres novos. Se você destruiu sua vida, Deus pode refazê-la. Basta você permitir. Será um processo que não acontecerá num estalar de dedos; será preciso passar pela moenda. Você precisará fazer “violência” a si mesmo: vencer a própria concupiscência e colocar rédeas em si. Muitas vezes, será preciso ser como Francisco de Assis, que rolou na neve e se jogou nos espinhos das roseiras para não pecar contra a castidade.

Seu irmão,

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

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