Há amor em você! Esse amor se chama caridade. O inimigo de Deus estraga tudo e acaba caricaturando o que há de mais lindo em nós. Caricaturar a caridade foi uma profanação que ele fez.
Hoje, caridade significa dar esmola, doar algumas coisas, muitas vezes, sem compromisso; tanto assim que se diz: Eu não quero saber de caridade; se você quiser me dar alguma coisa, me dê, mas não quero saber de caridade. Até o pobre diz isso. Por quê? Porque a palavra caridade tornou-se uma caricatura. Mas caridade vem de cáritas. Cáritas vem de caris. E de caris originou-se a palavra carisma, e de caridade vem daí.
Caridade é a união do amor divino com o amor humano. Deus nos deu amor. No começo da criação, o amor era puro, como a nascente de água que sai da serra. Nosso amor era amor de Deus. Depois veio o pecado original e envenenou a fonte e o amor se misturou com sensualidade, com sexualidade, egoísmo, ganância, cobiça.
Quando veio no poder do Espírito Santo, Jesus deu a esse amor o nome de caridade. É um dom. Um presente. É o próprio Espírito Santo amando e misturando em você o amor divino com o amor humano. Isso é caridade!
Por isso, o Senhor quer nos batizar nesse amor, que é caridade, para que, daqui para frente, nossa sensibilidade tire de dentro de você amor verdadeiro. Amor que é doação, serviço, entrega. Amor que, muitas vezes, é perdoar, desculpar, suportar, agüentar, dar, ouvir, passar noites sem dormir.
E quanto mais esse amor verdadeiro for brotando de você, tanto mais ele neutralizará os efeitos da sensualidade, tanto mais ele irá freando a tendência a uma sexualidade desregrada. Sua masculinidade ou feminilidade continuarão a existir, mas de maneira pura. Sem as misturas da malícia e depravação. Sua sexualidade será uma manifestação de amor. Entre marido e mulher, a vida sexual será uma manifestação de amor. Deus quis que a nossa sexualidade fosse como uma seringa para injetar amor um no outro. Além de todas as outras maneiras de amor, deus quis também essa maneira de amar: o ato conjugal entre marido e mulher. Nele um injeta amor no outro: amor verdadeiro, amor de Deus, que é caridade.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib