Jesus, o Bom Pastor, movido por Sua misericórdia, não só vai em busca da ovelha perdida, mas dá a vida por quem se perdeu. Nós vivemos atualmente a situação que o Papa João Paulo II apontou aos nossos bispos do Nordeste, na última visita ad limina. Ele diz que vivemos a parábola do Bom Pastor, mas às avessas. Na parábola, ele diz que havia 99 ovelhas no redil e o pastor foi atrás da única ovelha que havia se perdido. Hoje, porém, diz o Sumo Pontífice, uma ovelha está no redil e 99 estão dispersas. Por isso, mais do que nunca, afirma ele, é preciso sair de cidade em cidade, de rua em rua, de casa em casa, para arrebanhar as ovelhas que se perderam. Realmente é isso, e podemos ainda acrescentar: as ovelhas estão machucadas, muitas gravemente feridas, há algumas que estão nas garras e até na goela do lobo… E é preciso resgatá-las.
Só o Bom Pastor é capaz de arrebatá-las de novo. É importante perceber que quando Jesus fala em “Bom Pastor”, Ele não está se referindo a essa qualidade do seu coração bondoso, mas Ele fala da sua eficácia: do pastor que faz com eficácia o seu ofício. Bom Pastor aqui está na mesma linha de “bom mecânico”, “boa cozinheira”. É aquele que é “bom” no que faz, pois o faz com qualidade. Com eficácia. Onde está a eficácia de Jesus? Os Evangelhos atestam com clareza: Jesus partiu do Jordão, onde foi batizado, “cheio do Espírito Santo”. Ele vai às cidades e aldeias, cheio do mesmo Espírito. Ele prega, cura e converte porque é “cheio do Espírito Santo”. Ele tudo faz movido pelo Espírito Santo. Aí está a razão da eficácia do Senhor. Aí está também a raiz da nossa eficácia. Só seremos eficazes se estivermos cheios do Espírito Santo. Só seremos “bons pastores como Jesus” se formos homens e mulheres cheios do Espírito Santo. Se tudo fizermos movidos pelo Espírito Santo.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib