Usemos os dons espirituais para evangelizar, para que milagres e prodígios aconteçam
Paulo, Barnabé e Timóteo pregavam o Evangelho com entusiasmo e força, juntamente com os dons do Espírito Santo, então, aconteciam os prodigiosos milagres, os sinais.
É preciso que usemos esses dons do Espírito Santo. O próprio Papa Francisco está insistindo para que a Renovação Carismática não deixe de ser carismática, e ela só o é se usa os carismas. Não sei porque o uso dos dons foram se esfriando nos nossos grupos, nas nossas reuniões, nas comunidades. Precisamos usar os dons do Espírito, porque eles são necessários para a evangelização.
Não pensemos que basta falar do Evangelho, que já estamos evangelizando. Para que a evangelização penetre no coração, na vida das pessoas, Deus nos deu um meio maravilhoso, que são os dons do Espírito Santo. Podemos ler na primeira carta de São Paulo aos Coríntios, capítulo 12:
- Dom de ciência: é o impulso que o Espírito nos dá, mostrando-nos algumas coisas que humanamente não conseguiríamos. Esse não é um dom de adivinhação, mas o impulso do Espírito revelando-nos o que acontece. Na cura interior, é importantíssimo o uso desse dom, porque a pessoa que ora acaba descrevendo situações da vida da pessoa por quem está orando, no presente ou no passado, as quais, talvez, nem a pessoa se deu conta ou não se importou, mas lá estava o nó, lá estava a situação.
- Dom de sabedoria: eu trago um exemplo sobre a palavra de sabedoria. Estávamos na Rádio Canção Nova quando o telefone tocou. Era uma senhora que abriu seu coração e disse: “Padre, estou com Aids, e quem a passou para mim foi o meu marido. Estou desesperada!”. O que eu iria fazer naquela hora, com o pouco tempo que tinha? Orei por ela, para que o Senhor tocasse seu coração e tranquilizasse seus sentimentos, principalmente que a curasse. Sei que a cura da Aids é impossível, mas pedi. Um tempo depois, ela veio testemunhar que aquilo que falei no telefone realmente a tranquilizou, e que depois fez o teste do HIV e disse : “Estou curada!”. Veja que palavra de sabedoria! Que conselhos eu iria dar a ela? Fiz o que podia. O que fiz foram palavras de sabedoria, o Senhor a curou, tocou nela e a senhora ficou livre do HIV para a glória de Deus!
- Dom da fé: é aquela fé carismática, uma certeza que Deus nos dá de que algo vai acontecer, por isso precisamos ter fé e, assim, usarmos os dons, seja de sabedoria, ciência e também o dom de cura.
- Dom de cura: Deus quer curar, é preciso que tenhamos fé e oremos pela cura, porque Jesus disse: “O que pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará”.
Nossos Grupos de Orações não podem ser, desculpe-me dizer, simplesmente grupo de reza. Não estou desfazendo de nada nem de ninguém, mas nossos grupos são carismáticos quando neles se usam os dons, os carismas. No entanto, como vocês perceberam em todos os dons, o que acontece é que rezamos e a coisa acontece. Não fazemos nada, não conseguimos fazer nada, simplismente rezamos. Rezamos e Deus faz, mas é preciso que a queiramos, que peçamos, oremos, que as curas aconteçam e nossos grupos sejam fervorosos, cheios de pessoas que terão a vida transformada, porque foram tocadas pela graça divina.
- Dom de profecia: não é dom de adivinhação nem é prever o futuro. Muitos pensam assim, mas esse dom é Deus quem fala, é Jesus quem fala. Vem a nós aquela moção do Espírito Santo, e quem está proclamando é em primeira pessoa que fala, não é uma instrução que damos. Não é uma exortação que damos, mas sim o próprio Deus falando pelos lábios de alguém. A palavra “profecia”, que vem do grego profiteía, quer dizer justamente isso, falar por alguém. Aquele que “profetiza”, digamos assim, está falando em nome de Deus, é o Senhor falando por meio dele; não é algo humano, mas divino. Precisamos redespertar, nos nossos grupos, o dom de profecia; precisamos que surjam profetas, homens e mulheres que, movidos pelo Espírito Santo, tragam aquilo que Deus nos quer falar.
- Dom de línguas: Esse é o mais comum, e não pode desaparecer dos nossos grupos. Ninguém tem o direito de proibir o uso desse dom, porque o Papa não o proíbe, ele mesmo nos orienta a orar em línguas.
No início dos encontros carismáticos, eram feitos seminários, onde as pessoas nos ensinavam a respeito dos dons; elas nos davam, inclusive, embasamento bíblico sobre aqueles dons e nos treinavam.
Precisamos retomar esse hábito, para que entendamos os dons, para que tenhamos coragem de dar passos, para que tenhamos coragem de usar esses dons. Sejamos treinados para usá-los, para que sejamos como Paulo, que fez esse caminho maravilhoso no discernimento do Espírito, de ir aos lugares certos. É por isso que aconteceu a evangelização na Europa.
Usemos os dons espirituais para evangelizar, para que milagres e prodígios aconteçam.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova