Muitas vezes, este tempo de secura é consequência da nossa infidelidade na vida de oração, dos nossos pecados, da falta de luta contra as tentações. Por vezes, vivemos a preguiça espiritual ou ainda não buscamos a Deus em primeiro lugar. Colocamos outras coisas no lugar d’Ele em nosso coração. Em muitas situações, buscamos apenas o reconhecimento das pessoas, queremos ser elogiadas por elas. Não digo que não precisamos ser amados e reconhecidos pelas pessoas, mas o erro está em só buscar isso, esquecendo-se de Deus. Nosso coração fica dividido.
Nesses momentos, é preciso fazer um sério exame de consciência para ver a origem e encontrar a causa da aridez. É preciso humilhar-se e recomeçar. Não tenha medo de recomeçar. Os grandes santos tiveram como primeira virtude a graça de sempre recomeçar. Por outro lado, se a causa não está em nós, é preciso saber tirar proveito desse tempo de secura e aridez. Convencer-nos de que podemos e devemos servir a Deus mesmo sem gosto, basta querer amá-Lo. O ato mais perfeito de amor é conformar a própria vontade com a vontade de Deus.
Para tornar esse ato mais perfeito ainda, não há nada melhor que unir-se a Jesus – o qual, no Jardim das Oliveiras, experimentou em Si mesmo o tédio e a tristeza por amor a nós – e repetir com Ele: “Não a minha, mas a Tua vontade”. Sobretudo, o que importa é não perder nunca o ânimo, nem desistir dos seus exercícios, das práticas de piedade, da adoração, da vida de oração, dos meios que temos para rezar, das suas resoluções. O que importa, antes, é imitar Jesus, que, mergulhando na agonia, rezou mais longamente.
Deus o abençoe!
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Trecho extraído do livro “Agora meus olhos Te viram!” do monsenhor Jonas Abib