Homilia na íntegra da missa do dia 13 de dezembro das Exéquias de padre Jonas Abib, presidida por padre Bruno Costa
Caros irmãos sacerdotes, meus irmãos de comunidade, amigos, colaboradores, sócios, é um grande desafio, neste momento, trazer a palavra, falar do padre Jonas, trazer a Palavra de Deus para cada um de nós, mas é preciso. Confesso que já pensei muitas coisas na minha vida, mas nunca pensei em estar diante do corpo do padre Jonas, tendo de celebrar uma missa e trazer para o nosso coração uma palavra de esperança…
A leitura do livro de Jó é clara quando diz: “Quem me dera agora, que as minhas palavras fossem escritas! Quem me dera, fossem gravadas num livro! E que, com pena de ferro, e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha. Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus, Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão” (Jó 19:23-27).
Padre Jonas não morreu, ele está vivo em cada um de nós
Quando lia esse trecho, ecoava no meu coração as palavras de monsenhor Jonas para cada um de nós, porque nós somos Canção Nova. E, neste dia, nós temos uma grande missão: assumir a perpetuação desse carisma, que é de tanta graça, tanta bênção. É o padre falando para mim e para cada um de nós e que as palavras dele estejam escritas e cravadas com ponteiro de ferro e com chumbo.
O padre Jonas não morreu, ele está vivo em cada um de nós e em cada um dos sacerdotes, em cada filho e em cada filha desta nação. E é preciso que tomemos a firme missão de levar a Palavra a tantos corações; a missão de preparar um povo disposto.
Meus irmãos, a saudade é grande, as lágrimas e a angústia vêm, as incerteza batem em cada um de nós, mas nós não podemos tirar os olhos de Jesus, porque padre Jonas nos ensinou com a vida, e começa agora um novo tempo…
Fiquemos atentos aos sinais
A Virgem Maria o recolheu, e é bom nós estarmos atentos aos sinais: o dia 27 de novembro, Dia de Nossa Senhora das Graças, o dia 8 de dezembro, Dia da Imaculada Conceição — foi o dia em que ele chegou para estar no Hosana, e, no dia 12 de dezembro, a Virgem de Guadalupe o recolheu e levou-o para casa do Pai. É o nosso grande intercessor. E eu creio nisso firmemente, e cabe a nós aqui, com as nossas misérias, limitações, medos, incertezas, inseguranças; cabe a família Canção Nova perpetuar esta palavra, e que ecoe nos corações, preparar um povo disposto para a vinda gloriosa do Senhor. E tem de ser a partir de cada um de nós.
Somos filhos de um profeta, e filhos de profeta precisam ser profetas
E, volto a dizer, meus irmãos, com todas as nossas limitações, o Evangelho lido é o mesmo de estarmos ouvindo o padre Jonas falar: “Contudo, entendei isto: se o proprietário de uma casa soubesse a que hora viria o ladrão, se colocaria em sentinela e não permitiria que a sua residência fosse violada. Portanto, ficai igualmente vós alertas; pois o Filho do homem virá no momento em que menos esperais.” (cf. Mt 24,43-44).
Durante o Hosana, na pregação de sexta-feira, estava com as relíquias do padre Léo aqui comigo, e fui a levar para a casa do padre Jonas. Luzia estava na sala, e disse a ela: “Lú, deixe as relíquias do padre Léo, lá na capela do padre Jonas, sei que ele não consegue sair do quarto, mas avisa no ouvido dele que o amigo dele veio visitá-lo”.
E ali, quando olhei o padre na cama, o coração apertou, mas eu sai dali dizendo: “Senhor, dai-me a graça, com as minhas misérias e limitações, dai-me a graça de ser padre Jonas para onde quer que eu vá”. E o que eu pedi para mim, peço para cada um, porque se eu perguntasse agora: “Quem é filho(a) do padre Jonas levante a mãe e diga ‘eu’?”. Somos filhos de um profeta, e filhos de profeta precisam ser profetas.
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Profetizar e anunciar para o mundo
Padre Jonas está vivo em cada um de nós, em cada ação, em cada determinação, em cada busca de santidade, no desejo de recomeçar, numa vida fraterna, nos princípios… As palavras de padre Jonas sempre ecoarão em nossos corações, em seus documentos, no viver reconciliados, na sadia convivência.
É um tempo novo! “Mas, padre Bruno, como falar de um tempo novo, diante de um luto?”. É um tempo novo porque nós cremos na vida eterna, cremos firmemente no céu. E o que mais peço para estes três dias de velório, é para vivermos três dias de orações, de missas, com intensidade de terços em todo o Sistema Canção Nova. E, ao ver a programação, eu dizia: “Padre Jonas, a tua vontade está se cumprindo, 24h só de evangelização, levando Jesus ao mundo”. E volto a dizer, eu e você temos uma grande missão.
E o que também peço nestes dias é para que renovemos o nosso “sim”. Estamos às vésperas do nosso compromisso de 2 de fevereiro, não sei se os irmãos de comunidade já pararam para pensar que, no próximo dia 2 de fevereiro, é o primeiro que vamos fazer sem o nosso pai fundador vivo, mas este 2 de fevereiro de 2023 precisa ser o dia da nossa vida, deixando de lado tudo o que nos atrapalha: o pecado que nos envolve.
Padre Jonas voltou para o Senhor de todo coração
E levemos a Palavra de Deus com desejo, com ardor, com vontade de proclamar o que o padre Jonas mais ensinou em vida, para cada um de nós: que Jesus é Senhor, Salvador e Libertador. Não foi à toa que, dentro de um lindo tempo de oração, que estamos vivendo dentro da Canção Nova: “Voltai a Mim de todo coração”, que o nosso pai fundador voltou para o Senhor Deus de todo coração, e é hora de nós voltarmos para o Senhor, assumir, levar para a nossa vida, no Sistema Canção Nova de Comunicação, quem é Jesus. Proclamemos o senhorio de Jesus!
Falo mais uma vez: saudades sim, tristeza não.
Proclame que Jesus é o Senhor, assim como fez padre Jonas
Na Palavra de Deus, em Romanos, capítulo 10, essa leitura mexia muito comigo, e toda vez que rezava com ela, o padre Jonas vinha na minha mente: “Caros irmãos, o desejo do meu coração e a minha oração a Deus em favor dos filhos dos israelitas é que eles sejam salvos. Porquanto sou testemunha quanto ao zelo que eles devotam a Deus, contudo; o seu zelo não tem como base o real conhecimento. Pois, não reconhecendo a justiça que vem de Deus e buscando estabelecer a sua própria, não se submeteram à justiça de Deus. Porque o fim da Lei é Cristo, para justificação de todo o que crê. Ora, Moisés ensina desta maneira sobre a justiça que vem da Lei: “O homem que pratica a justiça proveniente da Lei viverá por meio dela”. Todavia, a justiça que vem da fé declara: “Não digas em teu coração: ‘Quem subirá aos céus? Isto é, para trazer do alto a Cristo. Ou, ainda: ‘Quem descerá ao abismo?’, isto é, para fazer Cristo subir dentre os mortos. Mas o que ela diz? “A palavra está bem próxima de ti, na tua boca e no teu coração”, ou seja, a palavra da fé que estamos pregando: Se, com tua boca, confessares que Jesus é Senhor, e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo! Porque com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Conforme diz a Escritura: ‘Todo o que nele crê jamais será decepcionado’(…)”. (Cf. Romanos 10, 1-12).
De fato, todo aquele que invocar o santo nome do Senhor será salvo. Esta é a grande missão da Canção Nova: levar para os corações o Senhorio, fazer desta Chácara Santa Cruz o lugar do acolhimento do Pai, do querigma, da conversão para a mudança de vida, no agora, no hoje.
Padre Jonas nos deixou exemplos, atitudes que nós precisamos colocar em prática. Repito, neste momento, o que padre Márcio disse: vamos viver estes dias clamando o Espírito Santo de Deus, renovando o nosso sim, a nossa entrega, tomando a nossa decisão de estarmos preparados no aqui e no agora, não sabemos nem o dia de amanhã, não sabemos o que será hoje à tarde, o que temos é agora. E agora é a hora da decisão, de abrir a nossa boca e proclamar que Jesus é o Senhor e crer de coração. Fácil não é, mas é preciso!
Transcrição e adaptação: Marcília Ferrer