Monsenhor Jonas Abib celebra a missa de solenidade
“Logo que a multidão o soube, o foi seguindo; Jesus recebeu-os e falava-lhes do Reino de Deus. Restabelecia também a saúde dos doentes. Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe: Despede as turbas, para que vão pelas aldeias e sítios da vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto. Jesus replicou-lhes: Dai-lhes vós mesmos de comer. Retrucaram eles: Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo. (Pois eram quase cinco mil homens.) Jesus disse aos discípulos: Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinquenta. Assim o fizeram e todos se assentaram. Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo. E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços” (Lc 9,11b-17).
Com cinco pães Jesus alimentou cinco mil pessoas
A liturgia de hoje escolheu justamente a multiplicação dos pães, quando Jesus pegou cinco pães daquele menino, orou e mandou distribuí-lo. Todos comeram à vontade, e ainda sobraram cerca de cinco cestos cheios de pão.
Preste atenção: Jesus mostrou que tinha poder sobre o pão e manifestou-Se os multiplicando. De cinco pãezinhos, Ele deu de comer a cinco mil pessoas. Isso não é qualquer coisa! O Evangelho de São João nos conta que, depois daquela multiplicação, os apóstolos saíram de barco e Jesus ficou orando no monte. Então, aconteceu uma tempestade. O Senhor desceu do monte onde estava e foi andando sobre as ondas até chegar perto dos apóstolos. Claro que eles se espantaram, ficaram temerosos, mas Cristo lhes disse: ”Não temais, sou Eu!”. Depois, Ele entrou na barca. Veja bem: Ele mostrou poder sobre Seu corpo, Ele venceu as leis da natureza, a lei da gravidade, e andou sobre as águas tempestuosas daquele mar.
Corpo, sangue, alma e divindade
Você se recorda de que Jesus, a pedido da Sua Mãe, transformou água em vinho e assim mostrou também Seu poder sobre o vinho? Se Ele mostrou poder sobre o pão, o vinho e sobre seu corpo, e, na Última Ceia, transformou o pão e o vinho em Seu corpo e Seu Sangue, isso significa que Ele está presente em Corpo, Sangue, Água e Divindade.
É preciso aprender a festejar o Santíssimo Sacramento
Nós temos de aprender a festejar este grande presente que Deus nos deu. A Missa de hoje não termina com a bênção final; é preciso aprender a festejar o Santíssimo Sacramento.
Um sacerdote chamado Pedro de Praga, no ano 1203, estava com grandes dúvidas a respeito da Eucaristia. Então, ele se perguntava, realmente, se Jesus estava presente na hóstia consagrada e no cálice. Ele foi muito sincero. Esse padre vivia na região de Boemia, e resolveu fazer uma peregrinação até Roma. É uma grande distância! De manhã, antes de partir, celebrou a Eucaristia. O sacerdote esperava que, indo a Roma, tivesse uma resposta de que aquilo que ele fazia em cada Missa era verdadeiro, ou seja, que a transubstanciação e o Santo Sacrifício realmente se realizavam a cada Celebração Eucarística.
Quando chegou a hora da consagração, ele levantou a hóstia; gotas de sangue caíram dela e se espalharam pelo corporal (aquele pano branco que colocamos sobre o altar). O padre ficou muito atrapalhado e tentou esconder aquilo, mas, depois, rendeu-se e apresentou aos fiéis aquele corporal, todo gotejado de sangue. Como eles viram o que aconteceu naquela manhã, espalharam a notícia.
O Papa, que estava por aquela região, soube do acontecido e pensou: ”É a resposta de Deus”; então, mandou que o bispo fosse até Bolsena e trouxesse aquele corporal ensanguentado. Nesse tempo, o Papa não se aguentou e também foi na direção de Bolsena. Aconteceu que, em uma ponte que há entre as duas cidades, o Papa e o bispo se encontraram e foram buscar as relíquias. Quando o Pontífice viu aquele corporal ensanguentado, ele disse: “Corpus Christi”. Naquela mesma ocasião, ele decretou que se fizesse, todos os anos, na Quinta-Feira depois da Festa da Santíssima Trindade, a festa de Corpus Christi. A partir daquele dia, até os dias de hoje, a Igreja celebra a Festa de Corpus Christi. Jesus quis demonstrar, com Seu Sangue, todo Seu amor por nós.
O pão que eu hei de dar é minha carne para a salvação do mundo
Nós temos, no Evangelho de São João, um trecho maravilhoso: “Jesus estava dizendo ao povo e aos seus apóstolos: ‘Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente, e o pão que eu hei de dar é minha carne para a salvação do mundo’”.
Para mim, o maior milagre Eucarístico são os aprovados pela Igreja. Existem alguns que não o são, porque não conseguiram provas palpáveis a respeito deles, mas aquele que eu acho mais lindo e mais forte é o que aconteceu em Lanciano no ano 700.
Um monge duvidava, chegava mesmo à incredulidade de que Jesus estivesse presente na Eucaristia. Um dia, ao celebrar a Missa, logo após a consagração, a hóstia que ele tinha nas mãos tornou-se carne (era carne viva, sanguinolenta); o vinho tornou-se sangue, e ele viu que não era mais vinho, percebeu que era sangue, tinha cheiro de sangue. Sem saber o que fazer, ele saiu com aquela hóstia (que agora era carne) e com aquele vinho (que agora era sangue) pela igreja afora e mostrou para seus irmãos monges. Todos perceberam que, realmente, aquilo havia acontecido. Durante muito tempo, aquilo foi venerado, adorado. Muita gente fazia questão de passar por aquela cidade de Lanciano para ver o Milagre Eucarístico.
“O Verbo se fez carne”
Em 1970, com todas aquelas dúvidas que pairavam sobre o fato em Lanciano, resolveram fazer um exame científico daquelas espécies para ver se, realmente, aquilo era carne e sangue. Confiaram esse trabalho a uma universidade na Itália; Dr. Edoardo Linoli foi quem chefiou a equipe. Foram exames muito profundos! Então, constataram que aquilo era, sim, carne humana do miocárdio, ou seja, carne do coração. O sangue que eles verificaram, era sangue mesmo, sangue humano do grupo AB, o mais comum entre os judeus. Jesus era judeu, e ali estava aquele sangue coagulado.
Uma coisa interessantíssima é que os exames mostraram que o sangue estava coagulado sim, mas se mostrava como se houvesse sido coagulado naquele dia, era sangue vivo. Tanto a hóstia se mostrava ser carne viva quanto o sangue era como se tivesse sido colhido naquela manhã. E todas as vezes que eles examinavam, os exames mostraram que o sangue era daquele dia em que o exame era feito.
Quando o Dr. Linoli chegou a esses resultados, não se aguentou e mandou um telegrama para os monges apenas com essa frase: “O Verbo se fez carne”.
Uma coisa muito interessante é que os monges, naquele tempo, tinham receio de que aquela hóstia tornada carne se desfizesse. Pegaram taxinhas de ouro e prenderam-na, mas não imaginavam que era carne viva, por isso, aquilo que antes era hóstia, foi se abrindo e, no meio, fez-se um rombo.
Depois de todos esses anos, o Dr. Linoli ficou curioso em saber o porquê daquele buraco no meio daquilo que havia sido a hóstia consagrada e agora era carne. Ele usou os computadores para fazer o exame, e estes mostravam que aquele rombo correspondia perfeitamente ao local onde o soldado cravou a lança no coração de Jesus.