Consagre-se a Virgem Maria todos os dias
O mais lindo título com que os nossos irmãos da Igreja Oriental saúdam Nossa Senhora é Santa Mãe de Deus. Há quem diga que Santa Maria, a segunda parte da oração Ave-Maria é uma invenção da Igreja. Chegam até a dizer que nem se deve rezá-la. Posso afirmar, porém, que é uma bem-aventurada “invenção” da Igreja. Mas entenda bem o sentido que quero dar à palavra “invenção”.
Você não acha linda a invenção do rádio? A invenção da televisão? A descoberta da cirurgia do coração? Quanta gente já estaria fatalmente morta se não tivessem sido descobertos todos os procedimentos da cirurgia do coração e se não inventassem os aparelhos adequados para realizá-la? Pode-se dizer: santas invenções! Até mesmo a invenção da penicilina e de todos os antibióticos.
Fui para o seminário muito menino, com treze anos, pois, naquele tempo, o costume era esse. Ao chegar, deparei-me com aquela vida de pureza, justa, vivida com a insistência que era necessária para que vivêssemos assim. Mas, infelizmente, tinha trazido todas as consequências da minha infância de menino da periferia de São Paulo. Graças a Deus, tinha uma boa família, mas, ao lado da minha casa, do meu colégio, havia muitos meninos com quem aprendi coisa errada. E para o seminário eu fui, assim, com muita bobagem na cabeça.
Tinha uma dificuldade enorme de viver a pureza, e não fazia por maldade, era fraqueza mesmo. Quando o meu diretor, observando minha sinceridade ainda naquele primeiro ano, disse-me: “Consagre-se a Nossa Senhora e, todos os dias, antes de se deitar, ao pé de sua cama, reze três Ave-Marias e você vai ver como ela lhe dará a vitória”.
Com aquela simplicidade de menino – mas menino que queria vencer e não tinha forças –, eu fiz do jeitinho que o meu diretor falou. Hoje, dou graças a Deus! Aos 13 anos, eu me consagrei a Nossa Senhora!
Foi como se passasse, primeiramente, um escovão na minha vida. Depois, um pano úmido para limpar tudo. “Aquelas coisas” desapareceram. Durante um tempo longo. Só bem mais tarde, quando entrei numa época de crise, é que essas coisas voltaram a me atacar. Mas, durante todo aquele tempo de menino no seminário, de adolescente, de jovem, nada mais daquilo me atingiu.
Consagre-se a ela. Hoje, consagrar-se é justamente colocar-se ao seu lado e entregar-se a ela. Ser como uma criança que se confia ao coração dela, que se joga em seus braços, que se põe debaixo de seu manto. Como uma criança assustada, como um menino necessitado, que vem correndo para a mãe, que se atira no colo, que se joga no coração dela, que se põe debaixo do manto. Uma criança guardada, protegida. Uma criança que vence sob o manto dela. Tenha a certeza de que vencerá!
Na sua luta pessoal contra o pecado, na sua luta para ser cidadão do Céu, para imunizar-se de todo pecado, você precisa dela como a sua Mãe, sua protetora e advogada.
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova