“Feliz é quem, na lei do Senhor Deus, vai progredindo” (Sl 118,23).
A palavra ‘lei’ não está bem traduzida aqui, porque o hebraico é uma língua bem diferente da nossa. Há uma cultura tão diferente, que não encontramos na nossa língua, uma palavra semelhante. Quando vemos escrito ‘lei’, pensamos em ordens e mandamentos, mas é muito mais do que isso, é Toráh, ou seja, todo o modo de vida que Deus nos dá para viver. A Bíblia tem também ordens e mandamentos, mas a maior parte nos mostra o modo de vida que Deus quer que vivamos, principalmente no Novo Testamento o Evangelho e as cartas dos apóstolos.
“Feliz é quem, na Toráh do Senhor, vai progredindo em Deus”.
Precisamos conhecer o que Deus quer para nós. É grande a nossa tristeza, porque, nos tempos de hoje, o mundo está caminhando o oposto do modo de vida que Deus quer para nós.
Já é tempo de pedirmos: “Vinde, Senhor Jesus” para que ninguém mais se perca. Nós queremos que Deus alongue o tempo da misericórdia. Nós mesmos somos consequências desse tempo em que Ele está derramando graças e misericórdias. Deus está de braços e coração abertos para nos receber.
Não podemos relaxar, afrouxar; ao contrário, a nossa vida cristã é uma luta, estamos, continuamente, lutando contra a correnteza. O mundo está nos empurrando para o lado errado. Eu sei que é duro, mas é o jeito que Deus quer. Não que nós queiramos sofrer, ficar lutando, mas mesmo nós, que tivemos a graça de uma conversão, sabemos o que vivíamos antes de nos entregarmos ao Senhor e dar a nossa vida a Ele. Deus vem nos alertar. Por um lado, precisamos progredir na Palavra, por outro lado, temos de remar ao contrário do jeito que o mundo vive, porque ele não nos leva à felicidade.
No final dos tempos, o Senhor vai separar o mal do bem, o joio do trigo. Há muito trigo debaixo do joio, mas nós estamos sufocados por ele. “Vinde, Senhor Jesus, para que essa separação aconteça o mais rápido possível, porque este mundo está se tornando inabitável”.
“Depois que Jesus saciara os cinco mil homens, seus discípulos o viram andando sobre o mar. No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos. Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: ‘Rabi, quando chegaste aqui?’ Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo’. Então perguntaram: ‘Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?’ Jesus respondeu: ‘A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou'” (João 6,22-29).
Neste trecho do Evangelho segundo São João, Deus multiplica os pães e os peixes. Jesus dá de comer àquela multidão, mas percebe que os apóstolos estavam no meio dela, entusiasmados porque queriam que Deus proclamasse a libertação deles, mas Jesus diz que o reino d’Ele não é desse mundo. Então, Ele obriga os discípulos a ir embora.
Quando chegaram e encontraram Jesus em Cafarnaum, Ele lhes disse: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do homem vos dará” (Jo 6,26-27).
Jesus já está entrando na Eucaristia, na transformação do vinho e do pão, no seu sangue e no seu corpo.
“A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou” (Jo 6,29). Em outras palavras, Ele está pedindo para que acreditassem n’Ele. Era uma ousadia necessária, porque as pessoas pensavam que Ele tinha vindo para “virar a mesa”. A história tem nos mostrado que o oprimido, quando vira a mesa, torna-se um opressor. O que resolve é o que o Salmo disse, esse modo novo de viver.
Acreditando no Filho de Deus, temos força e coragem. É necessário vivermos assim. Ou partimos para o heroísmo cristão ou perecemos. Opte pela santidade, pelo heroísmo.
Oremos juntos: “Senhor, eu quero, sinceramente, viver do seu jeito, eu quero progredir na sua Toráh, no seu modo de viver. Eu preciso viver heroísmo, preciso viver santidade. Eu quero, Senhor. Daí-me a graça. Amém”.
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova