Monsenhor Jonas: Uma vida de fé, superação e milagres

Há muitos milagres que o Senhor realiza em outros campos da nossa vida através da nossa fé 

Desde o momento do nascimento a vida do fundador da Comunidade Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, foi marcada pela fé, pela perseverança e pela esperança, porque já havia sido escolhido por Deus. Filho de Sérgio Abib, de ascendência sírio-libanesa, e de Josepha Pacheco Abib, de ascendência italiana, e irmão de José Carlos, Márcia, Marta e Maria José, moravam na cidade de São Paulo.

Em seu nascimento, Dona Josepha Abib passou por grande dificuldade ao entrar em trabalho de parto no dia 21 de dezembro de 1936, na casa de seu pai em Elias Fausto (SP). Como houve complicação e não havia médico na cidade, foi preciso ir atrás de um na cidade vizinha, o que dificultou e atrasou mais ainda o seu parto.

O médico fez o que pôde, chegando a fazer uso do fórceps, o que poderia ter lhe deixado sequelas, mas ele não nascia. O caso era tão grave que o médico perdeu as esperanças de conseguir salvar a mãe e o bebê. Então, ele saiu do quarto e deixou Josepha sozinha, quando ela ouviu um moço de sobrenome Bosco narrar a história de Dom Bosco, santo que trabalhava com os jovens. Nesse momento, movida pela fé e pelo Espírito Santo de Deus, a mãe do monsenhor Jonas consagrou o filho a Dom Bosco, dizendo: “Não conheço o senhor, mas, por aquilo que estou ouvindo, cuide deste menino para mim […]”. Mulher de fé, acreditou na intercessão desse grande santo da Igreja, certa de que era um menino. Na época, não havia o exame de ultrassonografia, para revelar o sexo da criança antes do parto, mas ela já havia escolhido o nome de “Jonas”.

E mesmo passando por essa dor e medo de não ter o filho nos seus braços e de perder a vida, essa mulher de fé se manteve firme, sustentada pela esperança de que tudo correria bem com a graça de Deus. Passados alguns minutos, o milagre aconteceu. Não pelas mãos da parteira nem pelas mãos do médico; mas pelas mãos de Dom Bosco, que ouvira a súplica dessa mãe, cujo único desejo era ver o filho Jonas nascer. Assim, a alegria e a esperança tomaram conta dessa casa, revelando os muitos milagres que viriam no futuro na vida desse grande homem de Deus. Para a surpresa do médico, o menino Jonas, apesar de todas as condições adversas do parto, nasceu perfeito para honra e glória de Deus!

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“Eu acredito em milagres”: “Hoje, eu mesmo admiro minha garra de menino. Lutei contra minha limitação na base da busca, do esforço”, afirma monsenhor Jonas Abib.

A história desse profeta de nossos dias ainda seria marcada por muitos momentos difíceis e de superação com a graça e a ajuda do alto. Quando tinha dois anos de idade, quase ficou cego em razão de uma conjutivite que quase virou tracoma. Devido à falta de recursos, no início, os pais cuidaram dessa doença só com remédios caseiros. No entanto, o problema persistia e ele chorava dia e noite com dor nos olhos. Então, o avó os convenceu a levarem-no ao oftalmologista, onde teve que fazer a cirurgia com o empréstimo que o pai fizera.

Jonas iniciaria sua fase escolar no Colégio Padre Moye em meados 1944, administrado pelas Irmãs da Providência, congregação com sede na França, onde estudou os primeiros quatro anos do período escolar. Com doze anos de idade, passou a estudar no Liceu Coração de Jesus na capital paulista e a trabalhar nas oficinas de artes gráficas, no setor de encadernação. Desde pequeno, ele já sentia o chamado ao sacerdócio. Lá, no Liceu, um senhor chamado José Pinto disse-lhe que havia vagas abertas para o seminário e lhe passou a lista dos materiais necessários para o ingresso, na qual estava escrito que ele deveria levar dois sacos de roupas. Contudo, por um mal-entendido, os pais, ao lerem a lista, pensaram que ele precisaria de dois sacos cheios de roupas. Por isso ele chorou a noite inteira, sem esperança de ir para o seminário, porque os pais eram pobres e não tinham condições financeiras de comprar tantas roupas, nem de mantê-lo lá. Segundo monsenhor essa foi a dor mais forte que ele sentira quando criança.

No outro dia o senhor José Pinto perguntou a ele: “Falou com seus pais?” Jonas respondeu: “Meus pais são pobres e não têm dinheiro para encher um saco de roupa; imagine dois!” Monsenhor conta que esse homem caiu na gargalhada, porque os dois sacos eram para ele colocar as roupas sujas.

Que grande desafio foi para o menino Jonas sair de casa tão novo com 13 anos de idade, deixar a família para realizar o chamado de Deus de se tornar sacerdote! Mas ele não hesitou e foi para o Colégio São Manoel, em Lavrinhas (SP).

Sua vida sempre foi marcada por renúncias, desafios, surpresas, lutas e milagres. Quando ainda morava com os pais ele teve gagueira por um tempo, que voltou quando foi para o seminário. Mas esse valente guerreiro aguentou firme essa e todas as provações que viriam, como a saudade da família, por querer ser padre. Monsenhor diz no seu livro “Eu acredito em milagres”: “Hoje, eu mesmo admiro minha garra de menino. Lutei contra minha limitação na base da busca, do esforço”.

Olhando para a história desse profeta da modernidade, vemos a garra, a persistência e a mão de Deus que sempre foi conduzindo esse homem de Deus para Sua vontade e que, mesmo diante da jornada árdua, não parou nas limitações e dificuldades. Quando estava no seminário, uma das coisas que o sensibilizaram foi a música. Quando chegou o dia de Santa Cecília no dia 22 de novembro, o ar do colégio ficou tomado de notas musicais, e durante a adoração, justamente na hora em que o padre estava dando a bênção do Santíssimo Sacramento, o pedido dele foi: “Jesus, se a música for útil para o meu sacerdócio, me ajude a aprendê-la”. Monsenhor Jonas disse que não imaginava o alcance daquele pedido.

A história da Canção Nova, não por acaso, se confunde com a vida e o ministério desse religioso pioneiro, que se tornou seminarista salesiano em Lorena (SP); depois cantor, músico e compositor de talento para se curar de uma gagueira e para lhe ser útil na evangelização.

Uma vida de surpresas, milagre e superação. Monsenhor Jonas foi esse menino, usado na fé, que não parou nas suas fraquezas, na saudade de casa, nos desafios que teve de enfrentar. Mas com os olhos e as atitudes de quem é movido pela esperança e pela fé, foi percorrendo o trajeto de Deus para sua vida, ao longo desses 78 anos de vida, vivida em Deus e para Deus. Um homem da Palavra de Deus, guiado pelo Espírito Santo!

Por Jakeline Megda D’Onofrio
Missionária da Comunidade Canção Nova

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