O mundo está precisando de profetas, não se retenha!
Monsenhor Jonas Abib exorta a necessidade de profetas direcionados pelo Espírito Santo. Recorde as palavras de monsenhor Jonas Abib no dia 09 de janeiro de 2015 durante o encontro dos 25 anos da Comunidade Obra de Maria em Recife (PE).
Profetas do Espírito Santo:
“Princípio da boa nova de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito no profeta Isaías: Eis que envio o meu anjo diante de ti: ele preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas (Mal 3,1; Is 40,3).
João Batista apareceu no deserto e pregou um batismo de conversão para a remissão dos pecados. E saíam para ir ter com ele toda a Judeia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
João andava vestido de pelo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins; ele alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Então, pôs-se a proclamar: “Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado. Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo.” (Marcos 1, 1 – 8)
O evangelista colocava as palavras de forma bem resumida, mas o que aconteceu foi um grande movimento naquela região por aquilo que João realizava. Ele estava cheio do Espírito Santo, e você se lembra, quando Maria foi visitar sua prima Isabel, João, ainda no ventre de sua mãe, ficou cheio do Espírito Santo. Agora, também cheio do Espírito Santo, ele pregava àquela multidão.
João foi enviado para anunciar o batismo e em várias ocasiões ele afirmou isso: “Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo”. João era testemunha da efusão do Espírito de Deus.
O Senhor precisa de uma multidão de apóstolos que anuncie a efusão do Espírito Santo
Recordo-me que estava em Londrina (PR) e me pediram para rezar por uma senhora que estava doente. Eu rezei por ela e por seu esposo. Não apenas rezei, mas também falei sobre o dom de línguas. Que bonito foi a demonstração da graça de Deus! Os dois começaram a orar em línguas, demonstrando que tinham sido batizados pelo Paráclito.
Meus irmãos, nós precisamos, continuamente, do Espírito; é uma necessidade diária. Eu preciso orar em línguas mais de uma vez ao dia.
Depois que rezei por aquele casal de velhinhos, o Espírito Santo me incomodou para que eu rezasse pelo restante da família da que estava na sala. Eu rezei pedindo o Espírito e todos eles rezaram em línguas. Você precisa ter essa ousadia, os nossos grupos de oração precisam ter essa ousadia. O batismo no Espírito, no mundo em que estamos vivendo, é uma necessidade. A corrupção, neste mundo, só será vencida pelo batismo com a oração em línguas.
Certa vez, estava em meu escritório e entrou um senhor. Pela maneira de falar e por sua feição, parecia ser alcoólatra. Ele me disse do que precisava e eu lhe disse o que julgava realmente necessário. Depois, orei por ele. Aquele homem, que tinha um modo de falar como um bêbado, começou a orar em línguas e passou a falar lindamente. Um ano depois, eu o vi bonito, sem aquele vermelhidão próprio de um alcoólatra. Ele falava perfeitamente, com a saúde ótima. Ele me abraçou com um lindo sorriso e me disse que, a partir daquele momento da oração, a partir daquele dia, sua vida havia mudado completamente. Não só a vida dele, mas de toda a sua família. Ele havia se reconciliado com os seus.
Tive a graça de conhecer David Prestes, um pregador da África do Sul, da igreja pentecostal, que era chamado “Mister Pentecostes”. Por onde quer que ele fosse, ele falava do Espírito Santo. Quando estive na pregação dele, não deu outra, ele falou do Espírito Santo, do batismo e, ousadamente, impôs as mãos sobre todos os presentes. Todos nós precisamos ser como ‘Mister Pentecostes’.
Nosso chamado a proclamar a Boa Nova:
O mundo de hoje precisa ser batizado no Espírito Santo; para isso fomos chamados.
O Papa João XXIII, quando foi Núncio pela primeira vez, soube que havia uma aldeia onde todos tinham os dons do Espírito e os manifestavam. Ele foi visitar essa aldeia e passou alguns dias lá. Se havia alguém doente no meio deles, os nativos rezavam por aquela pessoa e ela ficava curada. Naquela época, a Missa que ainda era em latim e ficava cheia, eles até aprenderam a responder nessa língua. Naquele lugar, os médicos viviam tranquilos, policiais não tinham trabalho, cadeias eram vazias. Mais tarde, Ângelo Roncalli, quando Papa, com certeza quando pensou no Concílio Vaticano II, queria que o mundo fosse como aquela aldeia. O santo padre faleceu antes do término do Concílio; portanto, não podem terminar aquilo que ele tensionava. Mas deu início.
O Concílio era, justamente, o odre em que o Senhor quis colocar o vinho novo para a Igreja. Foram tantos os reveses do Concílio e do pós-Concílio, que foi necessário um odre que aguentasse o repuxo. O Concílio acabou em 1965. No ano de 1967, em Duquesne, alguns professores e alunos, que leram o livro “Entre a cruz e o punhal”, do autor David Wilkerson, viram que este homem rezava por jovens de gangs, traficantes, e que eles iam se transformando cada vez mais. Essas pessoas se indagavam sobre a razão disso não acontecer na Igreja evangélica. Aqueles jovens constataram que, talvez, faltasse a eles o o que Davi falava naquele livro: o batismo no Espírito Santo.
Reuniram-se numa escola, no fim de semana, simplesmente para orar e procurar, na Bíblia, as passagens que falavam do Espírito de Deus.
Achamos que a oração em línguas não nos é necessária, mas ela não pode ser desprezada, não pode ser deixada em segundo plano. Felizes, bem-aventuradas as comunidades, os grupos que promovem a oração em línguas. Devemos deixar de lado nossas ideias errôneas e sermos apóstolos do Espírito e da oração em línguas.
Após este evento, em Duquesne, começou ali um pequeno grupo de oração com pregações afervoradas; e as pessoas eram atraídas para lá. Uma pregação de poder depende do batismo no Espírito Santo, e os nossos grupos merecem pessoas assim, cheias d’Ele.
Depois deste grupo, outros se formaram em outras universidades. No Brasil, em 1970, já havia chegado esta graça do batismo. Eu tive a graça de recebê-lo em 1971. Devemos ser assim, não podemos deixar o vinho azedar, porque a humanidade precisa constantemente deste vinho novo.
Conhecemos bem a passagem de Pentecostes, quando o Espírito Santo caiu sobre todos os discípulos no Cenáculo. Ficaram todos cheios do Espírito e começaram a falar em outras línguas. A matriz do batismo no Espírito Santo está aí: “Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas”. Com o barulho que aconteceu, muitas pessoas se colocaram às portas do Cenáculo. Os apóstolos saíram e começaram a falar do Espírito Santo. As pessoas que ali estavam diziam que os ouvia falar das maravilhas de Deus. Havia alguns debochados, que diziam que eles estavam embriagados, mas tomando a Palavra, Pedro disse que não estavam bêbados, mas que se cumpria neles a Palavra de Joel.
“Mas cumpre-se o que foi dito pelo profeta Joel: Acontecerá nos últimos dias – é Deus quem fala -, que derramarei do meu Espírito sobre todo ser vivo: profetizarão os vossos filhos e as vossas filhas. Os vossos jovens terão visões, e os vossos anciãos sonharão. Sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei naqueles dias do meu Espírito e profetizarão.” (Atos 2, 16 -18).
O mundo está precisando de profetas. Não se retenha! Eliseu estava arando em seu campo quando chegou Elias e jogou sobre ele seu manto. Deus mesmo havia anunciado a Elias que o profeta, para substituí-lo, era Eliseu. E o que Eliseu pede? Que ele tenha uma porção redobrada de seu pai Elias.
Precisamos de profetas! Nossos grupos de oração precisam de palavras de profecia. Não basta orar em línguas, é preciso ter o dom do Espírito Santo; peça-o ao Senhor. Abra a possibilidade para que haja palavras de profecia em seu grupo.
Profetizar não é adivinhar o futuro, pois são palavras inspiradas por Deus, que nos levam até Ele. São palavras que fazem com que os rumos da oração, da comunidade se mudem. Traz palavra de profecia aquele que traz a Palavra de Deus.
Transcrição e adaptação: Rogéria Nair