Vencendo as revoltas

Muitas pessoas têm o coração bloqueado, não conseguem se abrir ao amor de Deus e à ação do Espírito Santo. Esse bloqueio é causado, muitas vezes, por revoltas que ficaram armazenadas no coração.

Nosso grande erro é pensar, em nosso senso de justiça, que é justo nos revoltarmos contra as pessoas e as situações. É um grande erro! Mas de onde vem nossa revolta? Ela vem do diabo! Ele se revoltou com Deus e consigo mesmo, porque, por orgulho, perdeu tudo. Ele é o revoltado contra tudo e contra todos, e seu objetivo é nos transmitir esse mesmo “vírus”.

Além de compreendermos a verdade, é preciso renunciarmos ao mal. Diga, agora, de coração:

“A revolta que está no meu coração não é minha, por isso eu a rejeito, refuto e renuncio. Não quero mais saber dela. Ela não veio de Deus, mas do demônio. Eu renuncio, agora, a toda revolta! Não a quero mais, não vou mais dar lugar a ela. Perdoe-me, Senhor, eu não sabia o que estava fazendo. Limpe, Senhor, o meu coração.”

“Decida-se a não se revoltar mais!”, exortou monsenhor Jonas Abib

Conheci uma senhora que me contou as brigas terríveis que teve com seu marido por causa da infidelidade dele. Este senhor havia aprontado muito com ela e com sua família, deixando-a decepcionada e ressentida. Ao ver a ousadia do marido, ela sentia muita revolta. Pouco depois, aquela revolta que ela julgava ser justa, pois era vítima da infidelidade de seu marido apesar de tão fiel e dedicada a ele, foi se transformando em ódio. Pouco tempo depois, ela foi possuída por um ódio mortal.

Há muito tempo, eles viviam em quartos separados; e ela mal podia ver seu marido em casa. Ele, por sua parte, vivia descaradamente aquela situação de traição, sem pensar em sair de casa, com telefonemas e encontros sem mais segredos nem reservas. Os próprios filhos assistiam a tudo.

Um dia, numa briga daquelas de “pegar fogo”, ela não se aguentou: foi na direção dele com violência e bateu nele. Bateu e apanhou. Quando estava no auge da raiva, ela parou, olhou bem para os olhos dele e, sem entender muito bem o que se passava com ela, disse: “Não o odeio mais! Sei que não adianta. Só me estraguei, só me feri, só fiz mal a mim mesma. Não estou dizendo que o que você fez está certo, mas fique sabendo que eu não o odeio mais!”.

Ela contou-me que olhou bem para ele e disse-lhe ainda mais: “A partir de agora, começarei a amá-lo por tudo o que você me fez”.

Imagine o que passou no coração daquele marido! Ele foi tão descarado que, em vez de se render, começou a debochar do que ela havia dito. Para ele seria o momento de se render, mas não o fez. Ela me disse que, naquela hora, o ódio e a revolta voltaram com mais força ainda. Teve vontade de agredi-lo novamente, mas pensou: “Não! Eu não o odeio mais. Começo agora a amá-lo”. Essa senhora ainda testemunhou que foi difícil, porque ele permaneceu em casa. Por isso, muitas vezes, teve de morder a língua para não soltar palavrões. Ficava repetindo para si mesma: “Eu não o odeio mais”. Dizia várias vezes para si mesma: ” Eu amo o fulano”.

Na verdade, o que essa mulher fez foi um dos mais heroicos gestos de amor que eu já vi. Essa história é uma “receita” de Jesus para nós, pois é amando que Ele quer nos dar um novo coração. Precisamos fazer o mesmo!

Não sei contra quem você sente revolta, mas sei que Jesus está lhe dando a oportunidade de fazer o mesmo que aquela senhora fez: “Eu não te odeio mais, porque esse ódio só me fez mal. Esse ódio só me matou e me estragou. Eu não quero morrer; quero viver”.

Se o que você sente não é ódio, mas raiva, rancor, ressentimento, mágoa e decepção, diga como aquela senhora: “Não me revolto mais! Não tenho mais raiva. Não odeio mais! Ao contrário: eu amo você”. Mesmo que esse “eu amo você” saia sofrido do seu coração que está machucado, decida-se a não se revoltar mais!

Texto do livro: “Geração PHN”, de mosenhor Jonas Abib

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