A vida espiritual também é permeada por securas, tempo de aridez, falta de gosto, solidão, desânimo. Nestes períodos, somos privados das consolações sensíveis e espirituais. Isso, mesmo que a gente não entenda, favorece nosso crescimento na vida de oração e na prática das virtudes.
Apesar de muitos esforços e de disciplina na vida espiritual, a pessoa não sente gosto pela oração; ao contrário, experimenta-se nela o cansaço, o desânimo, a ausência da presença de Deus, como se Ele tivesse se esquecido de nós e o tempo parece que não tem fim.
Poderíamos dizer que a fé e a esperança estão adormecidas. A alma parece envolta numa espécie de torpor. É um tempo penoso, não se experimenta a alegria. Mas, também neste tempo, Deus trabalha em nós. Jesus mesmo disse que “o seu Pai continua trabalhando”. Deus age sempre a nosso favor e, como já dizia o apóstolo Paulo: “Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus”.
Este tempo de deserto nos ajuda a nos desprender de tudo o que não proclama o senhorio de Jesus em nossas vidas, nos ensina e nos educa a buscar Deus por aquilo que Ele é e não por aquilo que Ele pode nos oferecer.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib