Conheço um rapaz que foi de mochila nas costas, pegando carona, para Serra Pelada. Foi até lá, ficou uns três meses e voltou depois totalmente decepcionado, sem saúde, reclamando de Deus e de todo o mundo. E onde estava a decepção dele? Primeiro, o fino da ignorância… ele pensava que, justamente em Serra Pelada, ia encontrar ouro douradinho em forma de correntinhas, de anéis… Era ilusão dele. Segundo, não imaginava que encontrar ouro desse tanto trabalho. Ficou duplamente decepcionado quando viu a trabalheira que dava e que o que o pessoal recolhia não tinha aparência de ouro, não era brilhante, não era bonito. Ele ficou decepcionado e voltou sem saúde. Mas o ouro deixou de existir? Não, não deixou de existir, e muita gente está colhendo ouro, ouro verdadeiro.
Muitas vezes, somos iguaizinhos a esse rapaz. Queremos simplesmente jogar uma mochila nas costas e ir em busca da sabedoria e do poder de Deus. Queremos chegar lá, pegar ouro e dá-lo para todos na base do “oba-oba”. Não! O ouro não deixa de existir, a sabedoria de Deus não deixa de existir, o poder de Deus, que criou os céus e a terra, também não deixa de existir. Só que é preciso todo o empenho de quem vai buscar ouro. É todo o empenho, é todo o trabalho, é todo o suor, é toda a lágrima, é hoje, é amanhã, é a perseverança de quem vai buscar ouro. Não é coisa simples tocar o poder de Deus.
Mas não é difícil demais, torna-se possível se fizermos todas as coisas com simplicidade, com vagar e, principalmente, com humildade. Temos de entender que o Senhor quer infundir a sabedoria no nosso coração. Ele concebeu o Seu Verbo no coração de Maria e quer conceber o Seu Verbo, a Sua sabedoria, em nós.
(Trecho do livro de monsenhor Jonas Abib