“Senhor, com teu poder, preciso ser libertador. Muita gente precisa de libertação, precisa de mim. Como Maria eu digo: ‘Eis aqui a servo do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra'”. O Filho de Maria traz a marca da realeza, Ele é rei. Grande será o Reino dEle e a paz não há de ter fim. Muita gente diz, mesmo entre os cristãos, que Maria é uma mulher como outra qualquer e que, em certo momento, deu à luz Jesus. Lembro-me de um tempo em que eu me perguntava por que Jesus havia chamado a Mãe de mulher nas Bodas de Caná. Pensei que isso era costume dos judeus; mas não, eles eram muito respeitosos. E também lá, aos pés da cruz, Jesus diz a Ela: “Mulher, eis aí o teu filho” (cf. Jo 19, 26). Por que Ele a está chamando de mulher diante de uma situação tão séria?
Graças a Deus, o que me ajudou a entender isso está no livro do Gênesis (cf. Gn 3,15). Logo depois do pecado de Adão e Eva, quando Deus começa um diálogo com eles, vemos que Ele não abandona a humanidade, pelo contrário, Ele diz à serpente: “Porei inimizade entre ti e a Mulher, e entre a tua descendência e a dela. Ela te esmagará a cabeça, e tu tentarás ferir o seu calcanhar (Gn 3,15).
Então, meus irmãos, nas Bodas de Caná, quando Jesus estava começando o ministério dEle, Ele recorda para a Virgem Maria que Ela é a Mulher do Gênesis. Aí está a beleza: Maria é a Mulher já prometida desde o início da humanidade, quando Deus já mostrava que Ela teria um descendente, que seria nosso Salvador. No alto da cruz, quando Jesus está findando sua missão na Terra, Ele chama Maria novamente de Mulher, trazendo, mais uma vez, à realidade a Mulher do Gênesis: “Eis aí o teu filho”.
“Eu também sou filho desta Mulher, sou descendência dela. Jesus é o primeiro descendente, e eu, em Jesus Cristo, sou descendência dela e não da serpente. Obrigado, Senhor, é por isso que eu exalto a Mulher do Gênesis, das Bodas de Caná e dos pés da cruz”.
seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib