“No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava informe e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: ‘Faça-se a luz!’ E a luz foi feita.” (Gênesis 1, 1-3)
Tem gente que duvida. Tem gente que passa toda a vida tentando desmerecer os milagres. É como se tudo fosse apenas um acaso dentro de um acaso. Um universo que surgiu sem motivos, gente que vive sem motivos e depois acaba, acaba para sempre. E essa angústia se amplia quando o fim se aproxima. Vez ou outra uma recaída, uma tentativa de se apegar a alguma coisa por mais superficial ou frívola que possa parecer.
Multiplicam-se as seitas e crenças fanáticas, cultos que chegaram ontem já ousam explicar e ampliar o universo. E caem nessas armadilhas aqueles mesmos que juravam não existir nada além daquilo que os sentidos podem reter. E a infelicidade teima em lhes fazer companhia. Não há outra forma. Falta o essencial. Falta o Motivo Primeiro da existência humana. A obra não se sustenta se não há criador. O que dá valor a uma obra de arte é a assinatura do artista. Sem a assinatura, é apenas a reprodução de alguma outra coisa que não se sabe de onde veio.
Pela minha experiência, não há réplicas. O ser humano é único. E o Criador, pleno de luz, de poder e de amor, transbordou e transborda, criando e recriando a humanidade. Os milagres estão por aí. Muito mais perto do que se possa imaginar. Há amanheceres, entardeceres. Há pássaros cantadores. Borboletas mimosas. Grandes mamíferos. Há serras que desafiam nossos olhares. Horizonte. E chuva. E gente nascendo de milagre. Milagre é a vida. Milagre é cada história humana. Não há réplica. Cada obra de arte tem história porque foi feita exclusivamente pelo Artista. Eis um pouco da minha história, eis os milagres que aconteceram em minha vida.
Seu irmão,
Padre Jonas