Muitas vezes, o Senhor fala, fala, fala… mas fazemos que não ouvimos. A nossa consciência é a voz do Espírito. E a voz do Divino Amigo é sutil, penetrante, regeneradora. Em geral, seguimos a voz das nossas paixões, a voz dos nossos sentimentos para coisas boas e para coisas ruins. A nossa sociedade há muito tempo não pergunta a Deus o que fazer. Mesmo nós, na Igreja, muitas vezes, seguimos os nossos projetos, fazendo as coisas de acordo com nossa própria cabeça. Daí toda essa confusão, toda essa escuridão em que se encontra o mundo.
O Senhor quer ter muitos operários, muitos trabalhadores, mas não quer saber de oferecidos. Há muitas pessoas oferecidas, que vão fazendo as coisas por conta própria. Somos escolhidos para possuir o Reino; somos, não por merecimento, os eleitos de Deus. Eis a razão pela qual devemos confiar e “mergulhar de cabeça” em Suas promessas. Se formos fiéis no pouco, o Altíssimo nos confiará muito mais e nos dirá: “Vinde benditos de meu Pai, recebei em herança o Reino que foi preparado para vós desde a fundação do mundo” (Mateus 25,34b).
Não nos desesperemos nem nos agitemos. Confiemos, irmãos! Confiemos nas promessas de Deus! O Deus de Elias é o Deus de Jesus Cristo e o nosso também. Ele não mudou. Confiemos no Todo-poderoso sem reclamar nem questionar. Pelo contrário, abandonemo-nos nas mãos do Senhor na certeza de que Ele poderá fazer muito mais se em vez de ficarmos buscando nossos projetos, guiados por nossas empolgações, tivermos paciência, mansidão e humildade para escutar a voz d’Ele em nossa consciência.
Pessoalmente ou em grupo, todos temos de aprender a humildade. Tirar de dentro de nós até as últimas gotas de autosuficiência, para ficarmos cheios do Espírito Santo. E com isso nos tornarmos operários bons e levarmos o Salvador Jesus e a Sua salvação a todos. Este é o projeto de Deus Pai: sermos cheios do Espírito Santo como Maria.
Rezemos: Esvazia-me, Senhor! Retira de mim toda autosuficiência, o confiar só em mim mesmo, toda presunção, todo o sentimento de que sou o maior, o poderoso, de que eu que realizo, eu que faço, sou o melhor, o mais eficiente, aquele que sempre dá um jeito para tudo e que se não estiver a coisa não caminha. Retira, Senhor, esse sentimento de mim! Eu quero ser realmente humilde. Esvazia-me de mim mesmo!
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib