A adoração não é para os perfeitos
O Senhor não nos quer mais olhando para os nossos pecados. Ele nos chama a sermos adoradores para experimentarmos a Sua Misericórdia. A adoração não é para os perfeitos; nem para aqueles que já chegaram a um alto grau de santidade. A adoração é para nós, pecadores, que sentimos a força do pecado em nós.
São Paulo dizia que sentia o pecado como duas naturezas, duas forças se debatendo uma contra a outra em seu interior: “Por um lado eu conheço e quero o bem, mas enquanto eu sei o que é bom e quero o bem, acabo fazendo o pecado e o mal” (cf. Rm 7,19).
São Paulo não era um recém-convertido quando escreveu essa carta aos romanos. Ele já tinha sofrido muito por Cristo e se transformado bastante e, mesmo assim, ainda sentia dentro dele essa luta que acontece com todos nós.
Beethoven foi um grande músico e era surdo. Seu pai era neurótico e batia a cabeça do filho na parede. Com isso, Beethoven, ainda menino, foi perdendo a audição. Para escutar o que compunha, ele encostava o ouvido no piano e sentia as cordas vibrarem. A música estava na cabeça dele e ele escrevia, mas sem escutá-la.
Beethoven não queria ser surdo, mas era. E, justamente por isso, ele lutou contra a surdez e fez coisas maravilhosas. Em geral, dizemos que somos pecadores, fracos, maliciosos, neuróticos, sensuais… e porque nos sentimos assim, nos entregamos e acabamos nos tornando mais sensuais, mais vaidosos, brutos e egoístas. Mas é preciso fazer como Beethoven: aproveitarmos da doença (o pecado) que temos, como trampolim para subir alto.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova