Com aquela simplicidade de menino, que iniciava o seminário e gostava de música, fiz um pedido muito especial para Deus: “Senhor, se a música for útil para o meu sacerdócio, abra-me o caminho para eu aprendê-la”. Lembro-me de que isso foi em 22 de novembro de 1949, Dia do Músico. Eu tinha apenas 12 anos. Imediatamente, os meus superiores do seminário me colocaram no coral, na banda e comecei a aprender piano. Foi uma resposta concreta do Senhor.

“O Senhor nos deu a graça da música para com ela fazermos novas todas as coisas”, ensina monsenhor Jonas

Hoje, a música faz parte da minha vida e da vida de muitos outros, não somente de quem é músico. Ela tanto pode reviver o melhor ou o pior da gente, depende do estilo e de quem a apresenta. Se o compositor tem o coração contaminado, uma vida contaminada pelo pecado, ele acaba passando o mal para as pessoas. Se o compositor ou o cantor tem uma alma voltada para Deus, uma alma voltada para o amor e para o bem, ele levará o bem.

Há muitos anos digo, hoje mais do que nunca, que acredito no fato de sermos músicos combatentes em ordem de batalha. Tanto que o Senhor nos diz: “Se separares o precioso do que é vil, então serás como a minha boca” (Jr 15.19). Veja que não será mais a sua boca cantando, pregando ou orando com o povo, mas a boca do Senhor. Para isso é preciso, no entanto, separar o que é precioso do vil. Daí a importância e responsabilidade de nosso trabalho como músicos de Deus.

O Senhor nos deu a graça da música para com ela fazermos novas todas as coisas. Aí está o sentido profundo das palavras “canção nova”, que se opõe a canção velha, contaminada pelo pecado, a qual foi vítima do sacrilégio que o inimigo fez com as canções, fazendo-a transmissora de vírus, doença e morte. É com a música nova, com a canção nova, que nós levamos vida em abundância a todos os povos.

Quem vive repleto do Espírito Santo não deixa brechas nem vazios na própria vida. Ser cristão e ser santo são sinônimos. A sua primeira vocação, antes de tudo, é ser santo. Antes de ser músico, você precisa ser santo, querer a santidade e lutar por ela.

Por isso, peço ao Senhor que derrame sobre você e seu ministério de música a unção para que você se torne um guerreiro ungido, o qual, com armas nas mãos, seus instrumentos, sua voz ajude a salvar almas. Com sua música, você leve o Espírito Santo aos corações das pessoas, sendo canal para que curas, prodígios, milagres e sinais aconteçam pelo nome santo de Jesus. É para isso que você se consagra.

Que o próprio Espírito Santo complete aquilo que ainda precisa ser feito em sua vida.

Deus o abençoe.

Monsenhor Jonas Abib