Precisamos assumir a ressurreição como projeto de Deus para nós
Quem vive o sofrimento não escolhe morar na cruz e colecionar dores, mas sabe que essa realidade é temporária. São incalculáveis os frutos depois da tribulação!
Quando fiquei doente, no último ano de Teologia, não conseguia ler e tinha dores de cabeça. Tive de deixar o seminário; e eu já estava lá há 15 anos. Foi muito difícil! Mas foi necessário que eu saísse para ter um encontro com Cristo.
Foto: Arquivo CN
Fui para um hospital e, naquele mês de julho, a superiora me disse que estava tendo um “Mariápolis” na cidade vizinha. Sem saber o que era, fui.
Encontro pessoal com Jesus
Durante uma das noites, sozinho, peguei o Evangelho e li Mateus 16,15: “E vós, quem dizeis que eu sou?”. Caí de joelhos no chão e me entreguei de maneira nova a Deus.
A partir daí, tudo mudou. Fico espantado com a visão que Deus me deu! Com muita veracidade digo que o Senhor abriu minha visão espiritual.
Por causa desse encontro pessoal com Jesus, ingressei em um trabalho lindo. Fui para o colégio salesiano, onde havia uma paróquia, e fomos os primeiros no Brasil a presidir Missas para jovens.
Eu pregava, ministrava música e confessava os participantes. Conclusão: por causa de todo esse trabalho, fiquei tuberculoso. O difícil foi ver meu trabalho cortado.
Leia também:
:: Por que devo suportar o sofrimento?
:: O sofrimento nos dá têmpera de guerreiros
:: Por que Deus não me ajuda?
Fui para o sanatório curar a tuberculose. Passado um tempo, reparei que 80% dos que estavam ali eram jovens. Não me contive, comecei a conversar com eles e a criar confiança.
No entanto, o meu superior me removeu para outro colégio, pois estava trabalhando tanto quanto antes. Caí numa frustração, pois vi que não voltaria mais para o meu trabalho; com isso, cresceu em mim o ressentimento e a mágoa.
Padre Irineu Danelon, hoje bispo emérito de Lins (SP), na época no Instituto de Filosofia, em Lorena (SP), convidou padre Haroldo Rhans a fazer um retiro para os seminaristas salesianos. Ele expôs para nós o que o Espírito Santo estava fazendo no mundo.
Padre Haroldo orou por mim e, depois sozinho, comecei a rezar como nunca havia rezado. Essa foi a grande graça na minha vida! Claro, o encontro pessoal com Jesus foi a porta de entrada, mas o Senhor queria me levar mais além com o batismo no Espírito Santo.
Que bom que não fui para São Paulo! Pude ficar em Lorena (SP) para viver toda essa experiência de fé e amor. Por isso, assumir a ressurreição como projeto de vida faz a diferença. Quem enxerga a vida assim não cultiva sofrimentos, mas, ao passar por eles, lança-se em uma linda caminhada rumo à ressurreição.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova