“Sereis santos, porque eu o Senhor vosso Deus sou santo” (1 Pedro 1,16).
É uma ordem, mas, ao mesmo tempo, uma afirmação e uma possibilidade que Deus está nos mostrando. A nossa santidade vem do Senhor. É Ele quem nos transforma e nos faz santos. Da nossa miséria Ele nos faz Seus filhos. A nossa vida é todo um tempo de transformação.
O trabalho do oleiro do povo antigo, por exemplo, era maravilhoso! Ele era considerado um artista. O oleiro escolhia o melhor barro e trabalhava de tal maneira com a mão, que o forno era apenas um auxílio. Do barro ele fazia coisas maravilhosas! O interessante é que, para o vaso ficar bonito, além de ele ser bem trabalhado, precisa ir para o forno quente. Se o vaso não for bem feito, rachará quando passar pelo forno. Mas se ele for bem modelado, ficará brilhante e resistente. Aí está o segredo! Nada é coincidência; tudo é providência. Não há outro meio de chegar aonde Deus quer se não passarmos pela cruz, tanto quanto o vaso precisa passar pelo fogo. Nós somos de barro, mas Deus quer nos transformar.
Meu irmão e minha irmã, o Senhor não quer baixar o preço dos Seus vasos, apesar de todo o barro que nós somos, porque Ele é o artista. É conosco que Deus quer viver toda a eternidade, por isso quer nos fazer santos e irrepreensíveis. Há um lugar no céu para nós.
Já pensou que maravilha será viver no céu eternamente? Foi para isso que nós fomos criados, foi para isso que Deus nos chamou e nos escolheu! Muitos dizem: “Eu vim ao mundo para sofrer!”. Não, não é isso! Você veio ao mundo para ser feliz e viver com Deus na eternidade.
Uma coisa importante que precisamos entender: “Onde Deus trabalha em nós?”. Ele tem uma oficina grande, o lugar onde nós estamos. Somos formados na oficina da vida com tudo aquilo que ela tem: alegrias, glórias e cruzes. Somos feitos e refeitos. Para viver com Deus precisamos ser perfeitos.
“E dizia: O que sai do homem isso contamina o homem. Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, sai o adultério, a fornicação e o homicídio; do coração saem os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba e a loucura. Todos esses males procedem de dentro e contaminam o homem” (Mc 7, 20-23).
Talvez você diga: “O meu marido é difícil” ou “A minha esposa é complicada!”. As pessoas nos causam muitas amolações, e é impossível fugir das amolações da vida, porque Deus não quer uma faca cega; Ele precisa de nós perfeitos. “É do interior do homem que saem as más intenções, as invejas e injúrias”.
Nós somos barro e vamos nos tornar imagem e semelhança de Deus. Não viveremos com o Senhor nas sujeiras que nos encontramos. Toda impureza e sujeira precisa sair de nós e nos tornar imagem e semelhança de Deus para que sejamos perfeitos. Deus sabe porque tantas dificuldades e problemas na oficina da vida! Ele sabe por quais cruzes cada um deve passar para resolver cada problema. Ele está no controle de tudo, e nós temos todos os momentos de cruz e dor para ser como o Pai quer.
Muitas pessoas pensam: “A vida é só viver, é um passatempo”. Na vida há um tempo de transformação. Assim como a criança que no ventre da mãe vai sendo formada, em nós ainda está acontecendo essa gestação. Precisamos dar à luz, precisamos chegar ao fim da nossa vida e ter uma nascimento perfeito. Essas pessoas que ficam vivendo a vida sem sentindo nenhum, coitada delas!
O que Deus tem para nós é a eternidade feliz com Deus. Por isso, sejamos santos ou nada! Ou santos ou santos. Precisamos levar a vida a sério. E digo mais, uma vez que o Senhor nos forma na oficina da vida, no fogo da vida, a sujeira que há em nós vai embora e chegamos à santidade. Que todo o orgulho e inveja possa ir embora, para que, purificados, passando pelo fogo e nos ajudando um aos outros, cheguemos no céu.
“Sereis Santo.” O céu todo está em ação para que isso aconteça, e claro que há uma infinidade de anjos caídos trabalhando para que nós não alcancemos o céu. Jesus está se aproximando cada vez mais de nós, por isso temos de aguentar firmes!
Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio
Pregação: ‘A vida não é passatempo’, de monsenhor Jonas Abib, em 19 de outubro de 2000.