Você pai, tem de provocar, tem de fazer coisas, tem de pedir a Deus a arte, a graça de fazer com que os seus filhos sejam apaixonados por você. Você precisa! Não basta amar, é preciso que os seus filhos sintam que você os ama. Não basta “fazer coisas”, é preciso que eles sintam que são amados.
Eu até digo para muitos pais e muitas mães: larguem de dar coisas aos filhos! Deixem de “pensar no futuro” para dar mais coisas no futuro e, cada vez mais, coisas no futuro. Larguem de dar coisas! Os seus filhos precisam de amor, precisam ser excitados para o amor. Não deem mais coisas, não comprem mais seus filhos, não os “entuchem” mais com roupas, moto, carro… Isso não resolve! Eu repito: não resolve.
Mude radicalmente. Peça hoje, peça agora ao educador ; peça-Lhe um coração de educador, de educadora, um coração de pai, de mãe.
Infelizmente, o mundo deformou o seu coração. Este mundo consumista ensinou a você (e seus colegas o ajudaram nisso) a querer “comprar” os outros. Talvez você tenha sido uma pessoa comprada por outros. Fizeram isso com você, compraram-no com as coisa que queria, mas também com aquilo que você não queria. Você viveu na base do consumo, por isso vive um amor consumista: dando coisas e tentando angariar amor.
Na verdade, eu lhe digo: esses filhos só fazem desaforo. Só dão ingratidão e decepção para nós. Filho que recebeu e recebeu presentes, agora só dá “coice” no pai e na mãe! Quem muito recebe coisas, as devolve em forma de “coices”!
Se você pai e mãe não quer continuar levando “coice” de seus filhos, não lhes dê mais coisas. Não os compre mais, não fique preocupado em trabalhar, trabalhar e trabalhar para dar, para dar, para dar… Não! Ame e provoque o amor, mesmo que você tenha de passar um tempo em “jejum”, ou seja, sem dar coisas.
Seu filho e sua filha ficarão admirados. Eles irão estranhar e dirão: “Meu pai e minha mãe viviam me dando coisas, mas agora pararam. O que aconteceu? Será que meu pai não gosta mais de mim? Será que ele não tem mais dinheiro? Será que ele entrou em depressão? Será que a minha mãe ‘pirou’?”
Vai valer a pena, talvez, um tempo de “jejum” até que seu filho estranhe (estou lhe dando lições muito concretas!) e, daqui a pouco você, começa a amar de uma maneira diferente. E daí você sabe do que o seu filho, a sua filha gosta. E que não são “coisas”. Todo filho gosta de presença, gosta de uma mão na cabeça, de um gesto, uma cama arrumada (que não é coisa que você está dando!), gosta de um bilhete, de uma flor. Gosta até mesmo de uma comida, de um jeito de arrumar os pratos, de ficar junto, de ouvir, de chamar para trabalhar junto.
Ame, porque você é capaz de amar. Ame e faça com que seus filhos sintam que você os ama. E eu digo para você: ame com gestos.
(Trecho da palestra “Do coração dos pais para o coração dos filhos” com