Deus nos pôs neste mundo para amarmos uns aos outros. Ele nos colocou nesta terra para implantar a civilização do amor.
Por todos os lados, vemos as marcas de um cruel desamor que nos escandaliza. “Afinal de contas, Deus não é amor? Então, por que a humanidade está nesta terrível situação de desamor?” A grande resposta é essa: Jesus já fez a parte d’Ele. Antes, porém, de voltar ao Pai, Ele nos deu uma missão muito concreta:
“Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Ide, pois, de todos as nações, fazei discípulos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar tudo o que vos ordenei. Quanto a mim, eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos” (Mt 28,18-20).
Em outras palavras, Jesus passou o bastão para nós. Agora, é nossa vez de ir e fazer discípulos em todas as partes.
O que Jesus ordenou? Um mandamento novo. “E eu vos digo: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, vós também vos amai uns aos outros. Nisso, todos reconhecerão que sois meus discípulos: no amor que tiverdes uns para com os outros” (cf. Jo 13,34-35).
Jesus viveu com Seus discípulos durante todo aquele tempo, treinando-os no amor. O Senhor os amou primeiro e os foi formando para se amarem uns aos outros com todas as diferenças e com todas as durezas que havia entre eles: “Como eu vos amei, vós também amai-vos uns aos outros”.
Jesus precisa nos treinar no amor efetivo uns para com os outros, para irmos e formarmos discípulos, ensinando-os, com nossa vida, a amar como Jesus nos amou.
Daí, você vê que o mundo está como está, porque nós não amamos, porque não assumimos o bastão que Jesus pôs em nossas mãos, porque não formamos discípulos. A civilização do amor acontecerá quando pusermos o amor em prática em nossa vida.
Em outras palavras, o mundo novo depende de nos amarmos ou não, de formarmos discípulos ou continuarmos “na nossa”.
Diante de todo o desamor do mundo, amar será nosso bom combate. O Senhor não desiste de nós. Ele, que formou Seus apóstolos (e não foi fácil), quer nos formar combatentes no amor.
Além de mostrar que esse é o caminho para a santidade e que o amor se faz mediante atitudes concretas, Jesus nos diz que seremos julgados pelo amor. Ele afirma: o que fazemos ou deixamos de fazer em gestos concretos de amor é a Ele que o fazemos ou não. Nesse julgamento, ou recebemos o primeiro prêmio ou o castigo máximo.
Ele quer nossa santidade, por isso nos dá uma ordem: “Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou Santo”.
Essa não é uma simples recomendação, é uma ordem! Sabemos que o segredo para ser santo é amar o próximo com gestos concretos; e a primeira regra para ser discípulos de Jesus é renunciarmos a nós mesmos.
Deus sabe que somos egoístas e que sempre queremos o melhor para nós, por isso nos ensina a amar o próximo. É como se Ele nos dissesse: “Vocês têm um amor-próprio muito grande, são egoístas, egocêntricos, sempre buscam o melhor para si. Justamente por causa disso, amem ao próximo como vocês amam a si mesmos!”
Artigo extraído do livro ‘Combatentes no amor’, de monsenhor Jonas Abib.