A Liturgia vem apresentando, nesses dias, o que aconteceu com os apóstolos. Esta é a segunda vez que eles estão sendo presos porque operavam curas e faziam prodígios em nome de Jesus. Com os dons do Espírito Santo, eles oravam pelos doentes.
Muitas vezes, as pessoas acusam esses dons de curandeirismo, mas isso é obra do Espírito de Deus. O Senhor usa de pessoas tão frágeis e despreparadas como nós para orar pelos outros, mas para isso, além de sermos batizados, precisamos ser cheios do Espírito Santo. Isso não é uma recompensa pela nossa santidade, mas um dom de Deus. É só querer e pedir.
Vários de nós, pelo batismo no Espírito, tiveram seu encontro com Jesus. Isso deixa muita gente confusa, mas, ao invés de entender o que Deus está fazendo, elas acusam e recusam. E assim como aconteceu com os apóstolos, as pessoas acabam proibindo que os milagres aconteçam. Precisamos rezar com fé pelos necessitados. É como Jesus diz: “Pedir assim, como se já tivéssemos recebido”.
Imagine que você fez um pedido para alguém e a pessoa está lhe dando uma resposta. Mas para isso, ela está lhe enviando uma carta. Ela leva um tempo para chegar até você, mas na hora em que a pessoa recebe a sua carta, já se dispôs a fazer aquilo que você pediu, porém isso leva um tempo. As graças de Deus também são assim. Por isso, o Senhor nos diz para pedirmos como se já tivéssemos recebido, ou seja, com grande fé.
Deus tem três maneiras de nos responder: sim, não e espere. Algumas vezes, Ele nos dá aquilo de que precisamos. Outras vezes, ele acha que é melhor que esperemos, porque não estamos preparados ou o que pedimos não depende apenas de Deus, mas de outras pessoas. Como é o caso de quando pedimos a conversão de outra pessoa, pois é preciso que ela queira isso, queira mudar de vida. Nesse “espere” de Deus, nós precisamos insistir, porque tudo pode ser mudado pela oração.
O Senhor também pode dizer não, e muitas vezes Ele nos diz. Mas quantas vezes dizemos: “Que bom que Deus não me deu aquilo que pedi”. Ele sabe das coisas, do futuro, da situação que rodeia aquilo que estamos pedindo. Às vezes, pedimos pelo nosso próprio interesse, mas não vemos as outras coisas que estão ao nosso redor. Deus sabe o que é bom para nós. Ele tem todo um projeto para nós e para os outros. Ele precisa executar esses planos, por isso tem o direito de negar nossos pedidos.
Hoje, vemos como foi bom o Pai não ter atendido o pedido de Jesus para livrá-Lo daquele cálice. Jesus, por vontade do Pai, foi até a Cruz e nos abriu as portas da eternidade, do céu, para que pudéssemos entrar e desfrutar das glórias do Senhor.
Quanta graça nós recebemos! Ontem mesmo, eu fiz os ritos complementares do Batismo de uma menininha de nossa comunidade, cujo nascimento foi um verdadeiro milagre. Ela operou logo depois de ter nascido e por tudo o que ela passou ficou muito tempo no hospital. A mãe teve de voltar para casa e a deixou ela lá. Ela podia apenas ir ao hospital uma vez ao dia para levar o leite materno. O nome da menina é Amanda Vitória, pois foi uma verdadeira vitória o que Deus fez a ela.
O pai da Amanda, Ulisses, pegou um copo com água, antes da cirurgia, e derramou um pouco sobre a cabeça da filha, dizendo: “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. E ontem, eu fiz os ritos complementares do Batismo. O sacramento que ela recebeu de emergência, contribuiu para a cirurgia e a recuperação dela. Quantas graças nós temos recebido de Deus!
Era isso o que acontecia com os apóstolos, mas o chefe do povo estava impedindo. A leitura de hoje vem nos mostrar a atitude de Gamaliel que, ajuizadamente, diz aos seus companheiros do tribunal: “Não vos preocupeis com esses homens e deixe-os ir embora. Porque, se este projeto ou esta atividade é de origem humana será destruído. 39Mas, se vem de Deus, vós não conseguireis eliminá-los. Cuidado para não vos pordes em luta contra Deus!” (At 5,38-39).
Quem estava derramando o Espírito Santo era o próprio Senhor, os apóstolos apenas tiveram a graça de recebê-Lo para orar pelas pessoas necessitadas. Nós, muitas vezes, fazemos de tudo pela pessoa que precisa de ajuda, mas deixamos a oração por último, mas ela deve ser a primeira coisa. É isso o que Deus quer que aconteça nos tempos de hoje.
Os homens chamaram os apóstolos, mandaram açoitá-los barbaramente, proibiram que eles falassem em nome de Jesus e os soltaram. Os discípulos saíram contentes do conselho por terem sido considerados com injúrias pelo nome de Jesus.
“Essa precisa ser a minha disposição, Senhor. Eu sei que pregar o Evangelho conforme Ele é, é motivo de sermos impedidos e proibidos. Quanta gente fala mal de nós, mas é uma alegria poder sofrer tudo isso por Sua causa, porque sabemos que o Senhor está operando milagres”.
É por isso que Deus pode derramar o Espírito Santo e os dons d’Ele. Nós estamos vendo essas maravilhas aconteceram nos dias de hoje.
“Senhor, se sofremos como os apóstolos sofreram porque pregamos o Evangelho e oramos pelas pessoas com fé, é motivo de alegria para nós. Meu Deus, eu me alegro por sofrer injúrias por seu nome, por fazer aquilo que o Senhor pediu. Eu fiz Senhor, e vou continuar fazendo”.
É preciso obedecer a Deus antes que aos homens. “Senhor, é isso o que eu quero fazer”.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Padre Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova