11 de abril de 2006, na sede da Canção Nova, em Cachoeira Paulista/SP
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Quando Jesus disse: “Um de vós me há de trair”, os discípulos ficaram desconcertados. Como Ele podia ser traído por um dos seus discípulos? Por meio daquele pão molhado Jesus mostrou para João quem iria traí-Lo.
Entre os judeus, comer junto de alguém e, principalmente, dar-lhe de comer, é sinal de grande amizade. E foi isso que Jesus fez a Judas, deu-lhe de comer, mas Judas ao invés de se abrir para a importância daquele momento, fechou-se. E por ter se fechado, satanás entrou em Judas e este traiu Jesus, mas mesmo diante de todo esse acontecimento, Jesus foi glorificado pelo Pai. Mesmo sabendo o que aconteceria na Sua morte, Jesus simplesmente acolheu tudo e foi obediente ao Pai, e por ter feito isso livremente, a Sua obediência acabou com o nosso pecado, porque Jesus não via apenas aquele momento.
Ele via muito adiante e ficou feliz por isso e glorificou ao Pai. Mas é importante dizer que Ele não estava indiferente, Jesus sentiu, sofreu fisicamente por ter sido escarrado na face, chicoteado, Ele sentiu todas as dores da alma e do espírito, mas não olhava o ultraje, Ele olhava os horizontes, e via os pagãos. Nós fazemos parte disso, nós somos esses pagãos.
Meus irmãos, é isso que sustenta a nossa fé, é isso que nós temos, e não aquele Jesus do “evangelho de Judas”, que a mídia começou a noticiar agora. Para esclarecer melhor o que são esses evangelhos, eu posso lhes dizer que no início do Cristianismo algumas pessoas escreviam coisas substanciosas e, entre esses escritos havia cartas que os apócrifos davam nomes importantes como, por exemplo, de Evangelho. E observando o “sucesso” de Jesus, vendo que o nome de Jesus chegava aos confins da terra e que também lá já existiam cristãos, antes de reflorescer a idéia de Cristo, surgiram os livros hereges que iam contra o que Jesus pregava e, então, a Igreja os colocou para fora de lá, pois eram muito mal-intencionados, queriam destruir a imagem de Jesus.
Hoje, alguns filmes tentam jogar o público, aqueles que não têm discernimento, contra a Igreja, a fim de destruí-la, por isso, nós precisamos continuar acreditando sempre no Evangelho de Jesus, que é o Evangelho verdadeiro.
O próprio Catecismo da Igreja Católica diz que a Igreja passará pelos mesmos sofrimentos pelos quais Jesus passou, ou seja, ela será traída, corrompida, e também morrerá, mas logo, assim como Jesus, ressuscitará. O que nos preocupa é que com isso muitos cairão.
Eu confio em vocês, sei que não querem trair Jesus, mas sei também que somos fracos, por isso temos de nos unir no amor a Jesus e ao Evangelho para que continuemos em pé, firmes na fé. Jesus quer que sejamos uma luz, Ele quer que sejamos a “luz das nações” para levar a proclamação até os confins da terra.
Senhor, dai-nos a graça de sermos estes seus servos que O glorificam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Assim seja.
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