Só depois de Pentecostes que por causa do Espírito Santo aqueles apóstolos, antes tão frágeis e complicados na sua vida, transformaram-se e puderam fazer a obra do Senhor como Ele queria. Deus lhes confiou essa missão, então, eles percorreram, dois a dois, as cidades para onde Jesus os mandou e, corajosamente, oraram pela cura dos enfermos e pela libertação daqueles que eram oprimidos pelo inimigo de Deus.
Jesus fez a mesma coisa com os primeiros cristãos, e isso, não apenas para ficar na lembrança, porque o Senhor sempre quis e quer que isso seja uma constante na Igreja. São 40 anos desde o Concílio Vaticano II. Graças a Deus, tenho comigo a oração que o Papa João XXIII fez para a preparação desse Concílio, ele chega ao final desta oração dizendo: “Digne-se o Divino Espírito escutar da forma mais consoladora a oração que sobe a Ele de todas as partes da terra. Que Ele renove, em nosso tempo, os prodígios como de um novo Pentecostes e conceda que a Santa Igreja, permanecendo unânime na oração com Maria, Mãe de Jesus, e sob a direção de Pedro, dilate o Reino do Divino Salvador, Reino de Verdade e de Justiça, Reino de Amor e de Paz! Amém”.
Lembro-me de que eu era seminarista e rezava diariamente essa oração. Na Igreja inteira se rezava essa oração. E o Senhor nos atendeu. Mal terminado o Concílio em 1965, em fevereiro de 1967, o Senhor já estava na Universidade de Duquesne (Pittsburgh, Pensylvania, EUA). Não quer dizer que foi somente com a Renovação Carismática Católica (RCC) que os milagres e prodígios retornaram à Igreja, só que com esse pedido feito por João XXIII o Senhor pôde derramar as maravilhas que temos visto nos dias de hoje.
A maior desculpa, que ouvimos, é alguém dizer que não é digno de levar a cura a alguém. Mas isso é dom, e dom é um presente que o Senhor nos dá, é o próprio Espírito Santo, e quando Ele vem, vem com todos os seus dons. E porque Ele está em nós, os dons d’Ele também estão o que precisamos fazer é colocá-los em prática.
Nas comunidades primitivas, no início do Cristianismo, o Senhor dava a eles todos os dons. Deus usa de nós para realizar as curas, os prodígios e os sinais. Além de mandar os Apóstolos, o Senhor diz que nos enviará o que o seu Pai nos prometeu, que é o Espírito Santo. Portanto, na força do poder do Espírito, Jesus os envia para proclamar o Reino de Deus, anunciar o Evangelho e proclamar curas, prodígios, sinais e milagres.
Nós conhecemos, vimos as conseqüências de outros que oraram e as pessoas foram curadas. Nós não nos tornamos curandeiros, milagreiros, nós rezamos pelas pessoas, mas é o Senhor quem as cura. Somos apenas instrumentos, somos orantes. Claro que temos de rezar com fé, porque assim o Senhor atende a oração e realiza. A Igreja de hoje precisa ver as maravilhas do Senhor.
Nós não somos nada, a nossa parte é orar. Quanto mais oramos com fé, tanto mais veremos as maravilhas que Deus faz sobre a terra. “Vai e fazes tu o mesmo” (Lucas 10,37) como nos exorta Jesus Cristo. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.