Congresso de Espiritualidade das Novas Comunidades
30 de outrubro de 2005
Jesus afirma: “Sereis minhas testemunhas até os confins da Terra”.
Dínamo, no grego, quer dizer “aquilo que produz a força”. O Espírito Santo que é Aquele que dá forças. Você já pode afirmar: “pela graça de Deus eu tenho o Produtor de forças no meu coração; o dínamo, que é o Espírito Santo que está em mim”.
Nestes mais de 25 anos tendo que trabalho com rádio e televisão, aprendi que um transmissor ligado tem que emitir a sua força, e se ele não a emitir ele explode, por que é um produtor de energia, que vai para o ar. Quem recebeu este dínamo que é o Espírito Santo precisa espalhar. Uma vez que este dínamo está em nós esta energia precisa ser transmitida, ou podemos explodir.
Não podemos tirar o corpo fora; isto é para você que tem suas falhas, seus defeitos, suas qualidades. Não nos iludamos, nós estamos cercados de pagãos por todos os lados, temos que alcançá-los e evangelizá-los.
Oásis existe para o deserto, ele existe para ser uma graça para o deserto. Se Jesus nos chamou das trevas para a Sua luz maravilhosa, nós não podemos nos esconder. Uma luz não pode se esconder; não se coloca uma lâmpada debaixo da cama para esconder.
Vós sois este povo santo, este povo escolhido que Deus chamou das trevas a luz para que publiqueis as maravilhas que Deus o chamou. Este é o nosso testemunho neste mundo sem Deus, neste mundo que procura e que busca a luz; foi para isto que Deus criou neste tempo as novas comunidades.
Assim como se pega uma mecha, onde há barbantes e fios e se põe dentro do querosene, do álcool, assim somos nós. A mecha não parece ser grande coisa, mas ela é necessária, Deus vai traçando os fios para que se forme esta mecha. Nós somos assim, um fio da mecha, sozinhos nós nos queimaríamos rapidamente, mas junto podemos ser luz para o mundo.
Totalmente molhados no azeite, totalmente molhados em Deus nós vamos iluminando e iluminando, e é claro que quem está clareando é o Espírito Santo, mas nós também somos necessários.
É por isso que precisamos ser raçudos, termos têmpera, não podemos ser fracos. A Igreja precisa de cristãos unidos. Se fosse apenas um fio num instante se queimaria, mas precisamos de cristãos fortes, que enlaçados uns aos outros sirvam para iluminar.
Que bom que nossas comunidades entendam o termo morrer para nós mesmos, não adianta ficarmos como um fiozinho levantado, logo nos queimaríamos. O Senhor nos colocou neste puro azeite português, precisamos estar juntos, entrelaçados uns nos outros. Repito, não somos muita coisa, mas juntos podemos iluminar.
As vezes as pessoas chegam até mim e dizem, “padre se o senhor soubesse como o meu marido é uma dose…”, eu digo a elas, minha senhora, ele é a dose certa para a senhora. A dose certa para você é a sua comunidade; a Canção Nova é a dose certa para você. Deus sabe em que comunidade Ele colocou você, o Espírito Santo não desiste, Ele quer restaurar você, mesmo que para isso precise moer você nos outros, até sair faíscas, mas benditas faíscas, elas nos restauram.
Desculpe-nos pelas novas comunidades, nós somos ainda uma obra em construção, mas você já pode ver os frutos desta obra do Espírito Santo.
Nós somos Igreja, nós queremos ser Igreja, continuem acreditando nas novas comunidades, estamos ainda em construção, desculpem-nos os transtornos, mas cuidem de nós, ainda estamos deformados, mas já somos uma realidade na Igreja.
Precisamos lutar, lutar, para que nossas comunidades não percam sua salinidade, o sal não pode perder seu sabor. Agüenta firme, perca se tudo, mas não se perca o carisma, não se perca a missão própria daquela comunidade, preserve o carisma da sua comunidade. Se o sal perder a sua salinidade não serve mais para nada, a não ser para ser jogado fora e ser pisado. Não se pode esconder o candeeiro debaixo dos móveis, as nossas comunidade precisam ter visibilidade.
Somos apenas a mecha, mas é preciso que haja visibilidade, é preciso que o mundo veja as nossas comunidades naquilo que elas são. João Paulo II disse que ou o III milênio será um milênio de místicos ou não será nada. Que cada comunidade possa dar um pouco do seu carisma ao mundo. Shalom, vocês precisam levar o seu shalom para o mundo. Bethânia, Beatitudes, quantas outras comunidades, vocês precisam levar o seu carisma para o mundo.
Nós nascemos da Evangelii Nuntiandi e foi lindo, todos os bispos tinham acabado de receber os documentos do Papa, Dom Antonio Afonso de Miranda tinha o documento já todo rabiscado e me chamou e me apontou um capítulo onde falava de evangelizar os batizados mas não evangelizados. Ele me disse, padre Jonas faça alguma coisa. Eu fui rezar e disse que depois traria a resposta, e a resposta foi o catecumenato, dois anos fazendo retiros para os jovens, e depois em 1978 começamos a experiência de viver em comunidade. Fomos a primeira comunidade no Brasil. Eu intuía que houvesse outras comunidades assim como a nossa no mundo, mas eu não conhecia nenhuma naquela época, depois de um tempo vim a ter o conhecimento que existiam outras comunidades como a nossa na Europa.
Nós nos perguntávamos porque Deus nos queria em comunidade, e começamos também a trabalhar com os meios de comunicação, começamos bem tímidos, gravando palestras, fazendo programas de rádio. Era apenas o inicio, mas depois fomos crescendo, crescendo, até que em 2001 a onda da nossa TV, chegava até em Portugal, e hoje também em toda a Europa.
Nestes tempos Deus precisava deste carisma, e ele confiou a nós, em meios de comunicação não se pode retardar, se você está fora deste ritmo, desta marcha, se você fica um pé para trás, você já se perde. O material que usamos hoje no dia de amanhã já não serve mais.
Custa sangue, custa lágrimas, trabalho, eu digo a minha comunidade precisamos dar a vida por isso. Precisamos dar a vida precisamos ter salinidade, precisamos preservar o nosso carisma e a nossa missão, dar a vida, porque o Senhor quis precisar do nosso carisma.
Canção Nova você precisa dar a vida por este carisma. Ontem Dom Antonio Afonso de Miranda, este mesmo bispo que eu falei, fez 60 anos de ordenação e pode dizer isto ao mundo inteiro na santa missa que transmitimos. Queremos ser forte como João Paulo II, como Bento XVI. Peça o Espírito Santo para a sua comunidade, realiza em nós Senhor para que possamos levar a luz a muitos no mundo que ainda não te conhecem Senhor, que sejamos encharcados, ungidos Senhor pelo teu Espírito Santo.
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