Comunidade Canção Nova, monsenhor Jonas Abib
Ontem, no Evangelho, Jesus falava do sofrimento de seus apóstolos, de seus evangelizadores. Não que o Senhor nos mande sofrimentos, mas é que nós entramos em luta com o inimigo quando assumimos o nosso Cristianismo e o nosso apostolado.
Na leitura de hoje, Paulo e Silas (já não é mais Timóteo quem acompanha Paulo, mas Silas) foram presos e açoitados. “Os magistrados, depois de lhes rasgarem as vestes, mandaram açoitar os dois com varas. Depois de açoitá-los bastante, lançaram-nos na prisão, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. Ao receber essa ordem, o carcereiro levou-os para o fundo da prisão e prendeu os pés deles no tronco” (At 16,22-24).
Eles estavam indo tão bem em seu trabalho na Europa, mas entraram no território do inimigo. Na hora em que eles [Paulo e Silas] entraram no campo do inimigo, este colocou no caminho desses apóstolos uma moça que tinha mediunidade; diante de Paulo, ela disse que eles eram homens enviados por Deus.
Na verdade, era o inimigo que estava fazendo isso para atrapalhar os planos deles. O apóstolo percebeu o que estava acontecendo e expulsou o espírito de adivinhação que estava nela (cf. At 16,16). Então, os donos dessa escrava armaram um motim e fizeram com que Paulo e Silas passassem pela situação do cárcere. O bonito é que, à meia-noite, estavam eles cantando e louvando a Deus com tanta força que os outros prisioneiros escutavam os cantos de adoração que eles estavam realizando naquele lugar.
Meus irmãos, o Senhor tem para nós um grande ensinamento com isso. Quando passamos por problemas, infelizmente, a nossa linguagem é negativa, de aborrecimento, mal-estar e revolta, porque a boca fala daquilo de que está cheio o coração. Infelizmente, não assumimos a dor, o sofrimento. Nós não precisamos procurar pelos problemas, mas eles acontecem. Nessa hora, um espírito de revolta vem até nós e a nossa linguagem corresponde a ele. Mas a Palavra de Deus está nos dizendo que nossos problemas, nossas dores e nossa linguagem devem ser de amor, de adoração [nos momentos de dor e sofrimento].
Pode parecer absurdo, mas é a realidade do Evangelho. É uma situação na qual o Evangelho contrasta com aquilo que é humano em nós. Muitos de nós já estamos acostumados a uma linguagem de reclamação, de crítica, de mal-estar; parece que temos de mostrar que estamos com problemas, passando por uma situação difícil. Não, meu irmão; não, minha irmã! Precisamos de palavras de louvor. Essa linguagem de reclamação, não podemos e não queremos ter.
“Espírito Santo, eu não quero continuar com esse mau hábito de reclamar. Eu quero aprender uma linguagem de louvor, continuar bendizendo, quero uma linguagem nova, um coração novo. Vem, Espírito Santo, e faz isso em mim”.
Meus irmãos, o Espírito de Deus liberta. De repente, todas as portas se abriram e as correntes se soltaram. Por isso que o carcereiro, quando veio verificar o que estava acontecendo, viu que todos estavam lá. A linguagem e o canto dos apóstolos tocaram o coração de todos os prisioneiros, principalmente, o coração dos carcereiros. Ele [carcereiro] colocou-se diante dos apóstolos, de joelhos, e lhes perguntou: Senhores, como faço para ser salvo? Paulo, então, lhe respondeu: “Crê no Senhor Jesus, e sereis salvos tu e todos os de tua família” (At 16,31).
Hoje é o dia de assumirmos que cremos no Senhor Jesus. Precisamos assumir a nossa vida cristã e vivê-la com radicalidade. Se você agüentar firme, meu filho, aquilo que está prometido por Deus acontecerá na sua vida. Assuma isso, porque muitos ficam preocupados pela salvação dos seus, mas a grande garantia para que eles, e também nós, sejamos salvos é a nossa vida cristã assumida para valer. Quanto mais você lutar para viver a santidade, mais estará garantindo a salvação para você e para toda a sua família.
Naquela mesma noite, Paulo e Silas batizaram a família do carcereiro e fizeram um jantar, uma grande festa, pois a salvação entrou naquela casa. Hoje é o dia que o Senhor fez para que a salvação entre em sua casa. Depende muito de você, da qualidade da sua vida cristã.
Diga para o Senhor do fundo do seu coração: Primeiro, Senhor, eu creio nisso. Segundo, eu assumo essa verdade. Terceiro, Senhor, eu assumo essa responsabilidade. Sei que a minha salvação e a salvação da minha família dependem da qualidade da minha vida cristã. Senhor, eu quero e preciso ser salvo e comigo toda a minha família.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.