A adoração se dá com todo o nosso corpo, em todo o nosso ser, e não somente com a nossa mente. O gesto característico da adoração é a prostração, em que o homem se joga totalmente aos pés do Senhor em reconhecimento de que Ele é Deus e pode agir como Deus em nossas vidas. Levantemos nossos braços, apresentemos nossas mãos abertas, inclinemo-nos diante Dele para Lhe dar a perfeita adoração. Adorar exige uma atitude de todo o nosso corpo. Todas as forças dentro de nós querem estar unidas para expressar o nosso amor a Deus. O corpo é um auxílio para que também o nosso espírito encontre paz para recolher, no gesto e no coração, tudo que está dentro de nós, para dirigi-lo a Deus, submetendo a Ele toda a nossa vida e a nossa existência.
A adoração significa que estou totalmente submetido a Deus, que dentro de mim não existem mais reservas, portas através das quais eu possa fugir ou me entregar às fantasias. Deus tem livre acesso. Adorar significa estar totalmente possuído por Deus, estar completamente abandonado em Suas mãos e estar envolto por Ele. Nós não devemos ter medo diante de quaisquer pensamentos e sentimentos que estão dentro de nós. O que importa é estarmos com Deus e inundados por Ele. Se nos abandonamos no encontro com o Senhor, então tudo pode ganhar vida dentro de nós e tudo se transformará. O encontro com Deus na adoração pretende abrir todas as instâncias dentro de nós e fazer entrar o olhar amoroso, acolhedor e vivificador de Deus em todos os recantos.
A palavra adoração vem do latim adoratio, que significa, propriamente, “jogar um beijo com a mão”. Consistia, pois, em levar a mão à boca e jogar um beijo ao adorado imperador. Esta origem mostra que adorar significa também ter intimidade. Beijamos quem amamos. O profundo desejo de tocar com ternura a pessoa amada através do beijo é dirigido também a Deus. Desse modo, a adoração é um encontro íntimo e pessoal com Deus: oferecemos a Ele toda a nossa pessoa, e Ele nos transforma.
Deus o abençoe!
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
(Trecho extraído do livro “Agora meus olhos Te viram” do monsenhor Jonas Abib)