'A messe é grande, mas os operários são poucos'

Um dos trechos do Novo Testamento que mais me impressionam é aquele em que Jesus diz que ficou penalizado com o povo, que parecia ovelha sem pastor:

“Jesus percorria todas as cidades e aldeias, e ali ensinava em suas sinagogas, proclamando a Boa Nova do reino e curando toda doença e toda enfermidade. Vendo as multidões, tomou-se de compaixão por elas, porque estavam exaustas e prostradas como ovelhas sem pastor. Então diz aos seus discípulos: “A messe é abundante, mas os operários, pouco numerosos; pedi, pois, ao dono da messe que mande operários para a sua messe” (Mateus 9,35-38).

Veja que expressão forte usa o evangelista: Jesus ficou tomado de compaixão. Por quê? Porque estavam enfraquecidos e abatidos como ovelhas sem pastor. Não é muito fácil imaginar o quanto esses animais precisam do pastor.

A ovelha, sem pastor, fica esfomeada, doente, enfraquecida: ela precisa dele em todas as situações. Ainda mais: ovelha sem pastor é ovelha assustada, indefesa… falta-lhe a defesa deste. É, sobretudo, uma ovelha exposta a todos os perigos, sujeita a todos os ataques…

Jesus viu que aquela multidão estava enfraquecida, abatida, como ovelha sem pastor. Também hoje, olhando para nós, para nosso mundo, para nossa situação no Brasil, de povo católico, Jesus novamente é tomado de compaixão. Ele nos vê enfraquecidos e abatidos como ovelhas sem pastor. Isso é muito importante para nós. Não é nenhuma queixa contra nossos pastores, sacerdotes e bispos. Não se trata disso.

Nossa situação é tal que estamos mesmo como ovelhas sem pastor: machucados, feridos, atacados por toda sorte de inimigos, cheios de dúvidas, de medos, de ansiedades, de angústias… sem defesa. Somos ovelhas sem pastor; e Jesus tem compaixão de nós.

O que fala Jesus? Ele se volta para Seus discípulos e diz: “A messe é abundante, mas os operários, pouco numerosos; pedi, pois, ao dono da messe que mande operários para sua messe”. Cristo também passa outra comparação. A messe é uma plantação já prontinha para se colhida. Diz o Senhor: “A messe é abundante”. A messe está aí e precisa ser colhida. Se não for colhida agora, ela se perderá.

Existem muitos tipos de plantas que devem ser colhidas no tempo certo ou então estarão perdidas. É disso que Jesus fala. “A messe é abundante, mas os operários, poucos numerosos; pedi, pois ao dono da messe que mande operários para sua messe.”

Cada pessoa tem o seu tempo de ser colhida para o Senhor. Ou é colhida naquele tempo ou corre o risco de se perder. É claro que a providência do Senhor é maravilhosa e o amor e a misericórdia do Senhor, sem limites. Mas nosso tempo é limitado. Cada homem, cada mulher têm um tempo, um tempo de vida, um tempo de graça. E é nesse tempo que eles precisam ser colhidos. Se não forem colhidos, acabam, irremediavelmente, por se perder.

(Trecho retirado do livro “O pão da Palavra – Vol. 1” de monsenhor Jonas Abib)

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