:: A solução é amar

Homilia de Padre Jonas Abib
Nesta quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Naquele tempo, disse Jesus: “Com quem hei de comparar os homens desta geração? Com quem eles se parecem?” (Lc 7,31). Não pense apenas naquela geração de Jesus, pense também na geração de hoje, porque talvez estejamos em situação pior do que a deles. E Jesus também disse: “Tocamos flauta para vós e não dançastes; fizemos lamentações e não chorastes!” (Lc 7,32), ou seja, não sabemos o que queremos ou o que fazemos.

Muitas vezes, as pessoas ouvem uma pregação e se entusiasmam, mas em seguida assistem a uma novela, escutam uma música do mundo e tudo o que aprenderam da Palavra de Deus se perde. Lêem um livro de espiritualidade ou o Evangelho e isso faz nascer no coração delas um desejo de dedicar-se a Deus, mas depois assistem aos programas de TV, rádio e se esvaziam novamente. Não sabem o que querem, mas a solução para isso está no amor.


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Quando falamos em caridade, não é apenas o ato de praticar esta virtude ou pensar que amor é aquilo que é apenas humano. Caridade vem de “caris” que significa dom. É muito importante que vejamos o que o apóstolo quer nos dizer sobre o amor: “A caridade é paciente” (I Cor 13:4a). Se você está vivendo uma situação em que sente que está deixando de amar porque lhe falta paciência, saiba que é exatamente o contrário, pois você está tendo caridade. Se você tem um marido alcoólatra ou um filho que está se envolvendo com drogas, mas mesmo assim não os rejeita nem os coloca para fora de casa, assuma isso como um ato de amor. “A caridade é bondosa. Não tem inveja” (I Cor 13:4b). Quantas vezes sentimos que nos esvaziamos no amor com as pessoas que amamos, mas, na verdade, o que sentíamos por elas não era amor, era inveja. “A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante.”(I Cor 13:4c) Se nós ficamos vaidosos com a caridade que fazemos, isso não é amor, é ostentação, porque estamos o fazendo para ser aplaudidos, e isso esvazia o ato. “Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor” (I Cor 13:5b).

Muitas pessoas se aproximam de outras por interesse. Elas não estão amando, são apenas interesseiras. Se você ama desta forma, isso não é amor, é interesse “revestido de chocolate”, de “açúcar” para mascarar suas intenções. A caridade não é inconveniente. Se você ama, se é namorado ou noivo de alguém, não seja inconveniente, porque aquele que age assim, não sente amor, apenas paixão, sensualidade. Mesmo entre marido e mulher, se você diz que ama seu(a) esposo(a), mas mente para ele(a), é grosseiro, na verdade, isso não é amor.

Sei que não é fácil, que nada disso se consegue de uma hora para outra. O amor é uma busca contínua, ele fere, tira pedaços, mas transforma!

“Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade” (ICor 13:6), ou seja, alguém está passando por uma situação difícil e ficamos contentes com isso. Isso não é amor. “Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (ICor 13:7). Muitas vezes, você não sente que está amando porque o sentimento vai se desgastando com o tempo, mas na verdade você continua amando, porque o amor tudo suporta. Tenha certeza de que você pode suportar tudo. O amor acredita que o outro pode mudar, que pode melhorar, porque tudo crê e espera. Quem ama espera pela mudança, pela graça de Deus e sabe que tudo pode ser mudado pela oração.

Tudo isso é amor na sua superioridade. Não há coisa mais concreta do que o amar. “O amor tudo desculpa” (ICor13:7a). Desculpar quer dizer tirar a culpa. Isso não significa que você irá “tapar o sol com a peneira” se a pessoa estiver errada, simplesmente vai desculpá-la, porque não existem pessoas erradas, existem pessoas que cometem erros.

Diga ao Senhor: “Eu quero sinceramente amar de maneira concreta, porque o amor é concreto. Jesus, cheio de amor verdadeiro, faça o meu coração semelhante ao seu.” Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.



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