Amor se faz com gestos

Como você precisa da sua E sabe, não é “romantismo” simplesmente não! Mas também a família é algo “romântico”. Em dias assim, bate uma tremenda saudade do meu pai e da minha mãe! Saudade dos meus pais tão “desiguais”, que vieram de duas culturas totalmente diferentes.

Eu vi, nesses dias, que uma das minhas sobrinhas está tocando violino. E eu disse: “Tinha a quem puxar”. Pois minha mãe era de uma sensibilidade tal que ela era violinista, gente! Não era violão, não! Era violino. Minha mãe tocava esse instrumento, tal era a sensibilidade dela… Minha mãe era uma grande administradora também (tipo o Eto). Sim! Mas muito feminina. Ela cuidava de todos os negócios do meu avô. E porque meu avô era uma pessoa empreendedora, e tinha ao lado dele uma filha – e uma filha que administrava bem, cheia de sensibilidade – ele progrediu. E como ele tinha uma esposa (minha avó Benedita) que era muito trabalhadora, meu avô prosperou. E apesar de ter dois patrícios na cidade – que também eram sírio-libaneses – meu avô acabou se tornando o “terceiro homem” da cidade.

O pequeno Jonas entre seus pais, Sérgio e Josepha Abib

Mas o meu pai acabou aparecendo na cidade, tentando ser um auxiliar em telegrafia. Ele quis aprender a ser telegrafista. Mas depois ele viu que não levava jeito para isso. Ele era pedreiro mesmo! E começou a ser pedreiro ali, na cidadezinha de Elias Fausto. Veja a diferença! Além da diferença de de um e de outro. Mas que beleza! Aquilo que se diz hoje: incompatibilidade de gênios, é claro que meu pai e minha mãe teriam de sobra… Mas que “show” de compreensão!

Que “show” em suportar um ao outro. Que “show” em perdoar um ao outro, em amar um ao outro. Que “show” de dedicação a nós, seus filhos. A minha mãe, coitadinha, que foi doente durante a vida inteirinha. Mamãe vivia com dor de cabeça… Como eu queria que você tivesse saudade do seu pai, da sua mãe! Eles, tão diferentes um do outro. Saudade como eu tenho. Que você tivesse saudade da sua família como eu tenho. E você pode ter!

Gente,

Amor se faz com gestos. Veja: é como caminhar. Se eu ficar parado aqui, eu não vou caminhar. Eu não vou “sentir” o que é caminhar. Para eu caminhar, eu preciso caminhar – meu Deus do Céu! – eu preciso caminhar. Agora, sim, eu estou “sentindo”. É um verbo ativo. O “amar” também é a mesma coisa.

E eu posso andar, mas também posso correr. E, se eu quiser, eu posso correr com muita – mas com muita! – velocidade. Mas eu preciso correr. Se eu não corro não sinto a emoção da corrida. Veja: eu não sinto a emoção da corrida se eu não corro! Eu não sinto a emoção em nadar se eu não nado. Você está me entendendo?

É que nós confundimos tudo… A gente espera “sentir” para depois amar. Assim, você nunca vai amar. Você espera “sentir” o para perdoar. Você nunca vai perdoar. Perdoe “na marra”! Porque perdoar é perdoar! […]

Perdoar é um ato de vontade. O sentimento vem depois. Amar, igualmente, é um ato de vontade. Você faz gestos de amor. Você – mesmo “forçando” um pouco! – solta um sorriso “sem graça”… Solta um sorriso “amarelo” no começo. Mas, depois, você chega perto… Acaricia. Amar precisa disso. Precisa ou não precisa? Você tem que fazer gestos de amor. Não tem outro jeito!

(Trecho da palestra “Para que sejas feliz honre pai e mãe” de 30 de dezembro de 2005 com

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