No momento em que Pedro disse: “Eu vou pescar” (João 21,3), sete, dos onze apóstolos, tinham voltado para a Galiléia e já não estavam em Jerusalém, pois Jesus já havia aparecido para eles. No coração de Pedro, já que o Senhor estava ressuscitado, ele poderia voltar a pescar. Quando ele falou isso para os outros, percebeu que eles também estavam com o mesmo pensamento.
Os sete haviam ficado 3 anos com Jesus, mas não tinham se esquecido da pesca. Arrumaram os barcos, as redes e partiram. Qual foi o resultado? Trabalharam à noite inteira e não pescaram nada. Pedro estava desanimado e pouco se incomodou de estar nu no barco. Não era aquele Pedro que vimos na primeira leitura.
O fato de não terem pescado nada lhes mostrava que eram apóstolos de Jesus e não adiantava querer voltar à antiga vida.
O Senhor, hoje, está falando para nós, especialmente aos que são consagrados a Ele. Somos d’Ele, somos seus anunciadores. Se não formos seus discípulos, anunciadores, o resultado será o mesmo que os pescadores [apóstolos] tiveram. Inclusive, nossa vida vai se complicar ao pararmos de anunciar, de ser discípulos e anunciadores. Isso é um grande perigo, pois se não estamos “nadando contra a correnteza”, ela nos leva. Se não estivermos sendo apóstolos de Jesus, o mundo nos levará.
Você viu o estado de Pedro e como ele estava levando os seus companheiros a isso [antigo ofício]; mas, graças a Deus, Jesus chega para mudar essa situação. O Senhor lhes diz: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?”. Eles gritaram: “Não”. Jesus, então, respondeu-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e achareis”. Então pegaram grande quantidade de peixe. Nisso, João disse para os companheiros: “É o Senhor” (João 21,5-6).
Quando somos de Jesus, apesar de não O vermos, o nosso coração bate mais forte e o Espírito Santo nos faz perceber que Ele está diante de nós.
Percebendo que era o Mestre, Pedro colocou sua roupa e foi ao encontro d’Ele. O Senhor já havia preparado para eles pão e peixe na pedra. Jesus teve todo carinho com os apóstolos e a alegria destes era visível.
Jesus está fazendo isso para nós nesta semana da Páscoa. Quantas vezes agimos como cada um desses apóstolos? Talvez até mesmo os desencontros da vida fizeram com que você deixasse de ser apóstolo de Jesus. Mas seja qual for a situação, lembre-se de que Ele não “pegou” mestres, mas aqueles que o mundo desprezava. Você não precisa ser um grande personagem ou alguém estudado para ser apóstolo. Cada um de nós deve se esforçar para conhecer a Palavra de Deus, pois Ele conta conosco para sermos anunciadores dela.
O Senhor nos dá os momentos propícios para que possamos anunciar a sua Palavra e a graça está nessa hora. A presença do Espírito Santo se faz nesse momento, por isso é preciso que queiramos ser anunciadores e pedir ao Senhor para que, no pouco que temos, possamos anunciar a sua Palavra, porque as pessoas precisam dela.
Nós precisamos ter a ousadia e a intrepidez dos apóstolos. Talvez sejamos pessoas medrosas, inibidas, mas o Espírito Santo nos dá ousadia [de que necessitamos]. O Senhor foi bondoso conosco e Pedro conclui: “Em nenhum outro há salvação” ele veio do céu para trazer a salvação e pagou o preço da cruz para nos trazê-la. Não existe debaixo do céu outro nome dado à humanidade pelo qual devamos ser salvos. Que Deus lhe dê a salvação.
É esse Pedro, esse João, que eu quero ser. É preciso que eu tome essa decisão, mas, dê-me a graça. Vou ser seu apóstolo, vou anunciá-Lo, Senhor.
Deus abençoe você no seu propósito. Jesus está recebendo você de volta e o chamando de filhinho.