Monsenhor Jonas Abib

De onde vem o desânimo?

Imagine se você abafar uma vela com um copo, o que acontecerá? A chama se apagará em poucos segundos porque faltará oxigênio.

Você não pode cobrir de justificativas lúcidas, porém negativistas.

Com você acontece o mesmo que com a vela: você tem o combustível, a cera de qualidade, o melhor,mas infelizmente, o desânimo se instalou e o abafou. Muitas pessoas estão com a chama apagada, com a alma morta, porque se entregaram ao conformismo dos fatos e se instalaram no desânimo. Como resultado, ficaram tristes e deprimidas.

E o que é alguém desanimado?É uma pessoa sem alma. A própria palavra desanimar vem da negação de ‘animare’, que significa” dar alma”, vida, movimento, coragem, entusiasmo, vivacidade.

Com certeza você jamais venderia sua alma nem ficaria sem ela. Ninguém quer ficar desanimado.
A alma está juntamente com o corpo e o espírito. A doença da alma contagia o espírito, e consequentemente, faz surgirem as doenças do corpo: dores de cabeça, na coluna, no pescoço, nas pernas, insônia, pressão alta, problemas de coração, bronquite asmática… E vêm os remédios…Tudo por causa da doença da alma chamada desânimo; e todos pensam ser algo pessoal.

 

Mas como não vou desanimar diante de fatos tão concretos que tenho vivido? Pelo contrário, diante dos problemas você precisa ter muito mais ânimo ainda.

Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com

Hoje lhe é revelado que o desânimo é uma arma terrível de autodestruição. Mesmo que você já o sabia e que isso pareça absolutamente óbvio, hoje lhe é revelado.

Assim como as fotos que você “bateu” no aniversário de alguém. Você sabe o que está ali, mas hoje elas são reveladas. Mas de onde vem o desânimo? Parece tão óbvio. Todos sabem que problemas trazem desânimo. Experimentaram demais isso.

Problemas trazem desânimo. Essa é a constatação. Mas de onde? Trazem de onde? De onde vem o desânimo que os problemas trazem?

Para que você compreenda , vou-lhe contar uma história:

O diabo resolveu vender os instrumentos que usava para perder as pessoas. E fez uma enorme exposição com todos os instrumentos que costumava usar. Eram grandes ferramentas como: ódio, violência, bebedeira, corrupção, prostituição, tráfico de drogas, de armas, ofensas a pureza das pessoas… Enfim, lá estavam todos os seus instrumentos à venda. Porém, havia um instrumento separado de todos os outros e, apesar de velho e gasto, o seu valor era equivalente ao preço de todos os outros objetos juntos.

Havia uma enorme curiosidade a respeito daquele objeto. Por que era tão caro? E o diabo lhes respondia:” Compre e você vai saber usá-lo”.

Devido ao custo ninguém o comprou chamava-se Desânimo.

E o diabo explicou: “Só venderia por um alto preço porque me foi muito útil. Se uso a droga, a violência ou a prostituição, logo a pessoa me reconhece e sabe que o instrumento é meu. Mas o Desânimo não. As pessoas pensam ser algo de sua personalidade , o seu temperamento, acham que tem o direito de ficar desanimados por causa dos problemas”.

E acrescentou: “Quando lhes dou a arma do desânimo, desanimadas, desfalecidas, faço qualquer coisa com elas. Elas acham que já possuem uma boa justificativa para sofrer e não reagem, pois, afinal de contas…Deus quis assim.”

Talvez você tenha sido vítima dessa ferramenta infernal e até pensava que diante dos fatos tinha o direito de ficar assim. E desanimado, dizia, mesmo redundante; “ Como não ficar desanimado diante dessa situação?” Se você não falou, certamente pensou. Graças a Deus o diabo acabou entregando o jogo. Desânimo, nunca mais!

Quantas pessoas caíram por causa do desânimo, diante dos problemas no casamento, problemas com os filhos, desemprego, falta de dinheiro e até por causa das enfermidades? Quando bater o desânimo em seus sentimentos, renuncie a ele.

“É necessário conseguir desarmar-se.
Eu travei essa guerra. Por anos e anos.
Foi terrível. Mas agora estou desarmado.
Não tenho mais medo de nada, porque ‘o amor afasta o temor’.
Estou desarmado da vontade de embotá-la, de justificar-me á custa dos outros.
Não estou mais alerta, meticulosamente agarrado às minhas riquezas.
Acolho e partilho. Não me atenho em particular às minhas idéias, aos meus projetos.
Se me são propostos propostos outros melhores, mas bons.
Vocês sabem, renunciei ao comparativo…
Aquilo que é bom, verdadeiro, real, onde quer que esteja, é melhor para mim.
Portanto não tenho mais medo.
Quando não se tem mais nada, não se tem mais medo.
‘Quem nos separará do amor de Cristo?’ (…)

Ma se nos desarmarmos, se nos despojarmos, se nos abrirmos ao Deus-homem que faz novas todas as coisas, então será ele a cancelar o passado ruim e a restituir-nos um tempo novo, no qual tudo é possível.”

Monsenhor Jonas Abib,

 fundador da Comunidade Canção Nova.

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