Decida-se por amar e colha os frutos desse gesto

Jesus permaneceu em Jerusalém até os doze anos, quando foi apresentado no Templo. Maria e José, ao perceberem Sua falta, voltaram a Jerusalém. Quando eles O viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-Lhe: Meu filho, que nos fizeste?! Eis que Seu pai e eu andávamos à Sua procura, cheios de aflição. Respondeu-lhes Ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai? Eles, porém, não compreenderam o que Ele lhes dissera. Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso (cf. Lc 2;49-51). 

Mesmo Jesus sabendo de Sua condição divina, voltou para casa e era submisso aos pais terrenos.

Há um tratado maravilhoso, no Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 2197, que fala não só em honrar os pais, mas também trata da família no plano de Deus. Depois, fala-nos sobre a família cristã, mas, inicialmente, somente sobre a família. 

Cada casa, cada família é uma Igreja doméstica; a família cristã é evangelizadora e missionária. Mesmo sem ser missionária, mas sendo aquilo que é próprio de uma família comum, ela acaba se tornando evangelizadora, e talvez possa se tornar uma família totalmente dedicada ao serviço da Igreja. 

Muitos pais são alcoólatras, as mães têm problemas de saúde, mas isso não é impedimento para serem uma Igreja doméstica. 

“Precisamos pedir a Deus que tire a indignação, o ressentimento e a mágoa do nosso coração”, ensina monsenhor Jonas.

Deus está na família, pois Ele veio para os enfermos, os que precisam de ajuda. Como na família de Lázaro, na qual sua irmã Maria era prostituta de leprosos. Jesus estava lá mesmo sabendo que falavam mal d’Ele.

O Catecismo da Igreja Católica foi escrito para leigos; depois, foi lançado um compêndio, mostrando dúvidas mais frequentes e respostas. Nele, a Igreja mostra os direitos que a família tem perante a sociedade. É o contrário do que a sociedade atual faz, pois esta está massacrando as famílias. A sociedade nos mostra a vida fora de uma família, onde as pessoas vivem sozinhas buscando somente os próprios interesses. Não vá nessa conversa, você precisa de uma família. Mesmo que seus pais tenham defeitos, ao amá-los você estará abrindo-se à transformação que Deus quer fazer em sua vida. 

Eu tenho muita saudade da minha família. Meus pais vieram de famílias de culturas totalmente diferentes. Minha mãe cuidava dos negócios do meu avô, fazia isso muito bem e minha avó era muito dedicada, por isso os negócios prosperavam. Ao contrário, meu pai era pedreiro, um homem simples e não tinham muitas coisas em comum, mas entre eles havia uma compreensão fora do comum.

Como eu queria que você tivesse saudade do seu pai e de sua mãe como eu tenho!

O amor não é simplesmente um sentimento, mas um verbo ativo. Se eu não amo, não acontece. Assim como uma canção só será ouvida quando começarmos a cantá-la, também só quando começarmos a amar é que o amor vai acontecer dentro de nós e vamos sentir os efeitos desse amor. 

Se eu não ando, não saio do lugar, não corro, não vou sentir a velocidade. Se eu não perdôo, não vou sentir o sentimento próprio de quem perdoa. É um sentimento muito bom, como quando se sente o cheiro da comida, mas só se sente o sabor ao comer. 

Deus quer dar a você, hoje, essa satisfação. Perdoe as pessoas que têm alguma dívida com você e poderá experimentar isso. O amor só pode ser sentido por meio de gestos. “Todo o amor que eu estou demonstrando, hoje, pelo Daniel, meu futuro filho, só vou colher os frutos quando ele nascer. Para isso é preciso que eu faça, hoje, gestos concretos de amor” – afirma Eliana Ribeiro.

Quando amamos alguém que não merece, então estaremos amando mais ainda. Isso é que traz a nós um sentimento ainda maior. Quando os pais se dedicam aos filhos e estes os respeitam, isso é lindo, mas para que isso aconteça é preciso obediência. 

Assim como na vida militar, para que tudo funcione, é preciso obedecer. No plano de Deus, isso é muito mais importante. 

A Palavra do Senhor nos diz que devemos obedecer aos pais (cf. Eclesiástico 3,3-7.14-17). O tentador coloca uma indignação ou incompreensão entre pais e filhos para destruir as famílias. 

Para que nossos corações sejam curados de tudo isso, precisamos do Senhor. Ele pode reconstruir, levar à reconciliação as famílias. Precisamos pedir a Deus que tire a indignação, o ressentimento e a mágoa do nosso coração. 

Comece agora mesmo. Decida-se por amar e colha os frutos desse gesto nobre: o amor.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

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