Derramar a alma no coração de Deus

Você viu pelo Evangelho de hoje como o próprio demônio, por desespero, é obrigado a reconhecer que Aquele que estava na sinagoga era o Altíssimo. Ele é o Senhor, e o povo O reconheceu. Ele é o Senhor de toda a nossa vida, é a Majestade cheia de misericórdia e compaixão. Jesus é o Senhor também dos seus sofrimentos e das suas dores, aflições, angústias, infelicidades e do seu desespero.

Na primeira leitura de ontem, vimos que Ana era estéril, ou seja, não podia ter filhos. Maltratada por seu marido e continuamente afligida por sua rival, ela já não agüentava mais, porque, naquele tempo, uma mulher estéril era considerada alguém fora da bênção de Deus. Imagine, então, o sentimento de uma pessoa assim, pois ela nem sabia qual era sua culpa por ser alguém para quem Deus “virara as costas”. Essa era a maior dor de Ana. Mas em vez de ficar “curtindo” o seu sofrimento, ela foi Àquele a quem ela devia ir: ao Senhor. E passou todo um dia no templo derramando a sua alma diante de Deus.

À tarde, o sacerdote Heli, que a viu o dia todo no templo, pensou que ela estivesse bêbada. Enquanto o sacerdote diz: “Até quando estarás bêbada? Vai curar essa bebedeira!” Ana, porém, respondeu: “Não é isso, meu senhor! Sou apenas uma mulher muito infeliz; não bebi vinho nem outra coisa que possa embebedar, mas desafoguei a minha alma na presença do Senhor. Não julgues a tua serva como uma mulher perdida, pois foi pelo excesso da minha dor e da minha aflição que falei até agora”. Heli então lhe disse: “Vai em paz, e que o Deus de Israel te conceda o que lhe pediste” (I Samuel 1,14-17).

O que o sacerdote falou foi uma palavra de bênção e Ana agarrou-se a ela. Voltando para casa, seu marido aproximou-se dela. Ana concebeu e deu à luz um filho a quem chamou Samuel, que significa “eu o pedi a Deus”. É ele quem vai mudar a situação de Israel. Mas tudo isso só foi possível por causa de uma mulher que foi derramar a sua angústia n’Aquele em quem ela devia fazê-lo e passa um dia inteiro em oração até não agüentar mais falar.

Você não é o dono do seu sofrimento, mas sim, Jesus. Você não tem o direito de ficar “curtindo” o seu sofrimento, pois isso vai acabar com você. Muitas vezes, queremos buscar a solução em pessoas e lugares errados ou em religiões enganosas. Hoje, o Senhor está nos ensinando que é diante d’Ele que precisamos derramar a nossa dor. Quando fazemos isso, Deus nos atende e tira de nós a angústia, o desespero e nos dá algo muito bom, melhor do que aquilo que pedimos.

Não é verdade que você se desespera por causa da situação do seu casamento? Com toda a constância, leve ao Senhor a sua situação; saiba que Ele não vai deixá-la em vão. Deus vai tirar a sua angústia, o seu desespero.

Naquele tempo, as mulheres, que não tinham filhos, julgavam-se não abençoadas. Mas, hoje, infelizmente, a tentação as tem atingido também enchendo a cabeça delas com novelas, e muitas delas acabam estragando a vida de suas famílias. Muitos maridos também choram porque as esposas os abandonaram e também aos filhos, indo embora.

Quantos de nós já testemunhamos como Deus tirou a muitos de uma situação de drogas, de vícios. Se seu filho não muda, porque é livre – e Deus o deixa assim, pois não quer “teleguiados” – você muda, o seu coração muda. Deus tira a sua angústia, o seu desespero, a sua dor. É isso que Ele está lhe fazendo hoje. Você não é a senhora do seu problema. Você deve apresentá-lo aos pés d’Aquele que é o Senhor.

Eu preciso de ti, Senhor. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

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