Tudo aquilo que é passageiro não pode ser usado para medir nossa alegria
Em nossa vida travamos vários combates. Muitas vezes, criamos para nós mesmos um falso conceito de que a felicidade consiste em não termos problemas nem tristezas. Porém, isso é um conceito muito pobre e limitado sobre o que vem a ser a verdadeira alegria. Se formos esperar que os problemas desapareçam para só aí sermos verdadeiramente felizes, isso nunca acontecerá no concreto da vida. A verdadeira alegria está além das realidades que passam. Tudo aquilo que é passageiro não pode ser usado para medir nossa alegria. Numa das orações da Igreja rezamos assim: “Ó Senhor, fazei que desde agora possamos amar o que é do céu e, caminhando entre as coisas que passam, abraçarmos as que não passam.”
Para firmarmos nossa vida sobre as alegrias verdadeiras, essas devem estar enraizadas em Deus e nas coisas d’Ele. Aquilo que é passageiro vai gerar uma alegria que durará pouco e logo acabará. O que, muitas vezes, se vive é uma vida reduzida às alegrias passageiras, as quais, na realidade, são falsas alegrias.
No Livro do Eclesiástico, Deus nos dá uma ordem preciosa: “Não entregues tua alma à tristeza, não atormentes a ti mesmo em teus pensamentos. A alegria do coração é a vida do homem, e um inesgotável tesouro de santidade; a alegria do homem torna mais longa a sua vida” (Eclo 30,22-23).
A verdadeira alegria está para além dos acontecimentos e não pode ser comprada ou emprestada por outra pessoa, mas é experimentada por aqueles que encontram a fonte inesgotável dessa alegria: Jesus Cristo. Essa é uma verdade concreta, por isso muitos santos tiveram a força de prosseguir enfrentando suas lutas e até perseguições, mas com bom humor e sorriso constante. A alegria não estava nas coisas exteriores, mas no interior, eles haviam encontrado Jesus.
Vamos erradicar do nosso coração toda tendência ao cultivo de “alegriazinhas” passageiras, como migalhas que não nos preenchem; enquanto em Jesus temos um banquete completo de felicidade. Não entreguemos nossa alma à tristeza! E o jeito mais eficaz de se realizar isso é por meio da alegria que vem de Cristo.
O mundo tem sede dessa alegria verdadeira. Nós cristãos temos a fonte inesgotável, por isso somos enviados ao mundo como apóstolos, para lhe apresentar a alegria definitiva que saciará sua busca incansável.
Que essa alegria seja cultivada em nosso coração, para que muitos daqueles que convivem conosco possam experimentar os frutos dessa verdadeira alegria. Por onde passamos, somos chamados a deixar os rastros dessa alegria. Se existem pessoas preparadas para fazer o mal e provocar a tristeza, nós seremos a força oposta, estaremos preparados para fazer o bem e promover a alegria. Comece pela sua casa e sua família e deixe que isso se espalhe pelo mundo.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova