Esperamos, ó Cristo, Vossa Vinda gloriosa! Deus quer que vivamos assim, neste estado de vigilância, de prontidão, que não é medo nem receio. Que sejamos como aquele servo que está alegre porque o Senhor está voltando. Ele está chegando. E porque ele O ama, alegra-se com a volta dEle.
Em geral, nós, cristãos, católicos, infelizmente temos medo da volta do Senhor. No entanto, isso não deve ser assim de modo algum. Bem sabemos que, quando o Senhor voltar, se completará plenamente a redenção: a plena redenção e salvação nossa, do mundo inteiro, de toda a humanidade. E não apenas isso: Ele vai trazer a plena redenção à Terra, a este Universo que Ele mesmo criou.
Tudo será resgatado, redimido, levado à plenitude e Jesus será infinitamente glorificado. A vinda do Senhor é realmente algo glorioso. Muitas vezes, olhamos apenas o aspecto de que Ele vai julgar. Sim, Ele também virá julgar; mas se você é do Senhor não deve temer nada. Você é d’Ele, pertence a Ele. Faz parte da família e cortejo dEle, daqueles que vão glorificar a vitória de Jesus.
Portanto, nós não precisamos temer. O nosso único temor é o de não sermos do Senhor. É o de não estarmos preparados. É o de dissiparmos o tempo, que temos agora , vivendo como os pagãos: buscando somente prazeres, dinheiro, conforto e solidez para os dias que virão; guardando em poupanças humanas em vez de investirmos no Reino de Deus. Isso você deve temer. Mas, a volta do Senhor, não!
Para os que são do Senhor, a volta dEle é alegria. Ele virá glorioso. Ele virá para ser glorificado e levar para a glória aqueles que Lhe pertencem. Então os motivos são de alegria e não de pesar, medo ou receio.
”Senhor, coloca no meu coração a alegria pela Tua Vinda, pela graça da expectativa de Tua Vinda jubilosa, cheia de paz, de contentamento.
Tira, Senhor, todo medo que eu possa sentir pela Tua volta. Arranca, Senhor, do meu coração, tudo o que é negativo quanto à Tua volta. Dá-me a Tua alegria, a alegria da vitória, da salvação. Amém. Assim seja!”
Leia a Parábola dos Talentos, que está em Mateus 25, 14-30. A chave dessa parábola é que Jesus sempre usa da nossa reação natural, e, a partir disso, ensina o que Ele quer. Você poderia dizer: ”É injusto fazer isso!” O que o Senhor quer é que renda ao máximo aquilo que Ele nos deu. E por que Ele manda tirar daquele que não lucrou nada e dá para aquele que tinha 5 e lucrou outros 5? Porque ele fez render e valer mais o talento que lhe fora confiado. Esta é a chave da parábola.
Os últimos tempos, o fim dos tempos, são tempos de fazermos render os talentos e as qualidades, ao máximo, que o Senhor nos deu.
Como já disse, a nossa reação de cristãos, católicos, diante da volta do Senhor, é reação de medo. Estamos como aquele terceiro servo que recebera um talento apenas. Ficou com medo do Senhor e foi cavar a terra e esconder o seu talento nela. Por isso foi condenado.
Deve acontecer justamente o contrário. Se você recebeu um talento só, está arriscando menos. Porém, você deve fazer com que este renda o máximo. Se recebeu dois, vai lucrar com esses, fazendo com que se multipliquem em outros dois. Se você receber cinco, vai utilizá-los, fazendo com que sejam adquiridos outros cinco. Mas, com cinco, com dois, com três, com um, o importante é fazer render os talentos do Senhor.
Em outras palavras: nós, a maioria dos cristãos, já trabalhamos demais para as empresas deste mundo. Nós, os cristãos, os católicos, já demos o melhor de nós mesmos para as coisas deste mundo. Se você trabalhou para si mesmo, o que fez? Onde é que você gastou o seu tempo, as melhores horas dele? E em que gastou tudo aquilo que você adquiriu pelo estudo, pela experiência?
O Senhor vem dizer-lhe agora: é preciso investir, já e sempre, nas coisas do Reino de Deus o quanto você gastou nas coisas terrenas e passageiras. Você está vivendo os tempos de usar para o Senhor, para o Reino de Deus, para a implantação do Reino de Deus, os seus talentos. Sim, use o melhor de você para pregar o Evangelho, falar de Jesus, fazer programas de rádio, de televisão. Caso você não possa fazer nada disso, empregue, então, seus talentos dentro da organização da Igreja, nos vários setores das pastorais.
Sempre e em tudo, o melhor de você deve ser utilizado para levar o Reino de Deus. Faça isso com a inteligência e com os dotes que você tem, com sua criatividade e sua voz, servindo-se dos estudos que fez e da experiência já adquirida. Use tudo isso para o Senhor.
Veja como você pode empregar seus talentos e o melhor de você, para trabalhar com jovens, crianças, adolescentes e casais. Urge usar o melhor de você e o que já adquiriu pela vida afora para investir, desde já, no Reino do Senhor, a fim de que o Senhor seja conhecido, amado e glorificado. Para isso, é preciso que façamos uso até do nosso dinheiro que temos agora, também do adquirido com o trabalho; mesmo aquele que foi um presente, uma herança. Usemos tudo, agora, para o Senhor, para implantar o Reino de Deus, para que conheçam o Senhor e o Evangelho de Jesus.
Se você recebeu cinco talentos, precisará usar os cinco para o Reino de Deus. Se recebeu um, não pode ficar com medo e esconder esse talento. Pelo contrário, se acha que tem pouco, que recebeu pouco do Senhor, alegre-se. Você está arriscando pouco. Suponhamos que você tivesse recebido cinco talentos, o Senhor deu muito para você. Então, estaria correndo um risco muito maior. Mas, se você recebeu um talento só, é muito mais fácil. Invista-o logo no Reino de Deus. Gaste-se nesse Reino. Mais uma vez: use bem seu tempo e gaste seu dinheiro nisso. Use sua inteligência, criatividade, dotes, e tudo o que você sabe fazer, use tudo e já, para o Reino de Deus.
A parábola dos talentos quer dizer justamente isto. Fim dos tempos… são tempos para gastarmos com o Senhor, com o Reino do Senhor, tudo aquilo que recebemos de graça.
”De graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10, 8b)
”Senhor, peço-Te que eu entenda esta verdade. Já tenho sido medroso demais! Tu não queres que eu deixe o meu emprego e o meu serviço. Mas Tu queres que eu use e gaste meus dotes, tal como o tenho feito no meu serviço. Mas que gaste tudo, agora, no Teu Reino, na implantação do Teu Reino.
Peço-Te, Jesus, este entendimento, esta força e coragem; a coragem necessária para dar este passo. Não quero e não posso ser como o servo infiel e imprudente que enterrou seu único talento. Pelo contrário, quero ouvir de Ti, Senhor: Está bem, servo bom e fiel, foste fiel em pouca coisa, eu te constituirei sobre muito; vem alegrar-te com teu Senhor! ”
Padre Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova
Extraído do livro O Pão da Palavra Crescimento para pessoas e grupos de padre Jonas Abib