monsenhor Jonas Abib
Quando temos nosso encontro pessoal com Jesus, Ele deixa de ser para nós alguém do passado. Quando vemos as passagens do Evangelho, nós nos recordamos de um Jesus que foi e que fez. Claro que Ele está vivo e ressuscitado, está à direita do Pai, mas esse contato pessoal, infelizmente, muita gente ainda não tem.
No dia em que eu tive meu encontro pessoal com o Senhor, lembro-me de me ver ajoelhado no chão, entregando a minha vida a Deus. Aí está o mais importante: depois daquilo a minha vida mudou. Antes de me ordenar padre, eu tinha um ardor dentro de mim, um impulso para levar a outros a experiência que eu havia tido do encontro pessoal com Cristo. O meu desejo era fazer com que os jovens tivessem, também, este encontro, porque isso mudou os rumos da minha vida. Foi assim que eu comecei a trabalhar com os jovens de maneira especial, tendo como base a Palavra de Deus. Depois, a pedido deles, nós instituímos uma Missa para a juventude no ano de 1966.
Eu via que as músicas daquela época eram muito boas, mas não se prestavam para uma Celebração Eucarística, especialmente para os jovens. Então, eu mesmo comecei a compor músicas para a Missa da Juventude; e o bonito era que os jovens vinham em grande quantidade, mas ainda não tinham chegado ao ponto que era preciso: ao encontro em que Deus havia me dado uma graça.
No final do encontro, que fizemos na Semana Santa, os jovens me diziam que tiveram uma “trombada” com Cristo. Chorei muito, porque vi que eles haviam tido o encontro pessoal com Jesus. A partir daí, percebi que a vida daqueles jovens começou a mudar. Logo, os pais também quiseram viver isso. Começamos, então, a fazer nossos encontros em Campos do Jordão. No final dos encontros, os jovens começavam a se confessar. Que beleza! A conversão acontecia. Porém, por causa desses encontros, em Campos do Jordão, eu tive tuberculose.
Devido à minha doença, eu fui transferido para a cidade de Lorena (SP) e tive de abandonar o trabalho que fazia com os jovens. Fui ficando uma pessoa amarga e cheguei a ser um padre que não rezava; correndo o risco de perder o ministério sacerdotal. Quando Deus veio a mim, pela segunda vez, eu já estava com sete anos de sacerdócio e recebi a graça de ser batizado no Espírito Santo. Junto com o encontro pessoal que também havia tido com Jesus, saí daquele ressentimento e comecei a trabalhar, com todo ardor, com os jovens da Diocese de Lorena (SP). O bispo dessa diocese na época, Dom Antônio de Miranda , vendo tudo aquilo, chamou-me e disse que tínhamos de colocar em prática o Evangelho Nuntiandi [Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi do papa Paulo VI ]. Foi aí que surgiu a Canção Nova, há 30 anos.
O encontro pessoal com Cristo e o batismo no Espírito Santo são duas coisas que se complementam. Mas eu tenho visto, nesses anos todos, que o Senhor começou a fazer algo diferente: por causa dos problemas que as pessoas têm devido ao mundo em que vivem, o Senhor as tem arrancado das situações difíceis com o batismo no Espírito Santo. Graças a Deus que você passou por esta graça, mas se ainda não foi batizado no Espírito, o Senhor está aí. Ele vem ao nosso encontro nas horas difíceis, tira-nos das situações ruins e nos dá a graça.
Meus irmãos, a graça que vocês precisam pode acontecer hoje. Abram-se e peçam-na para Deus. Se vocês se sentem infelizes ou, ao contrário, se estão bem e querem este encontro, peçam-no e vão ver: “Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido” (Sl 33). Deus está onde você está.
“Senhor, reaviva essa graça. Estou Lhe pedindo, Senhor, que os que tiveram, ou não, esta graça, queiram-na do fundo do coração. Que eles Lhe peçam, porque eu estou pedindo que aconteça a Palavra do Salmo de hoje: ‘Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido’ (Sl 33). Obrigado, Senhor, porque está concedendo esta graça e o rumo da nossa vida mudará”.
Diga ao Senhor: Eu quero, Senhor, e por isso Lhe peço que me dê a graça. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.