Estes são dias voltados para o aniversário de Jesus: o Natal. Esta semana começa com uma grande promessa: Jacó, referindo-se a seu filho, faz a promessa de que ele seria o sinal da raiz que continuaria a florescer. Um dia, uma pessoa me perguntou para que servia a lista de nomes que o Evangelho de hoje nos traz, pensando, talvez, que ela não suscitasse muita piedade e profundidade. Mas, ao contrário, se prestarmos bastante atenção, vamos descobrir o grande significado dessa Palavra.
O Evangelho de São Marcos começa assim: “O princípio da Boa Nova de Jesus Cristo….”. Ele quer nos fazer uma apresentação de Jesus Cristo; é uma espécie de “carteira de identidade”. Já o Evangelho de São Mateus começa com a frase que encontramos na liturgia de hoje: “Livro da genealogia de Jesus Cristo, Filho de Deus, Filho de Davi”.
Interessante observarmos que os primeiros versículos têm essa belíssima lista de gerações e, nos versículos seguintes, a origem de Jesus segundo o Espírito. Hoje, estamos lendo a origem d’Ele segundo a carne. Com essa lista, o evangelista quer mostrar aos seus destinatários porque ele escrevia para as pessoas vindas do judaísmo que aquele Jesus, da raça e descendência de Davi, é o Filho de Deus. Portanto, ele aponta para a nossa profissão de fé: verdadeiramente Jesus Cristo é o Filho de Deus.
Se olharmos com bastante atenção, perceberemos o seguinte: o evangelista não escreveu quem gerou Abraão e, no final, não disse que José gerou Jesus. Isso porque Abraão é o homem da promessa, do chamado de Deus. E quando vem Jesus, ele mostra José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus. A perfeição de todas essas gerações vai acontecer somente em Jesus, que é gerado de uma forma misteriosa, gratuita, livre pela ação do Senhor no ventre da Virgem Maria, quando a sombra do Espírito Santo a cobriu e o Verbo de Deus se fez carne e veio morar entre nós.
Acompanhando essa lista, percebemos que nela existem pessoas muito santas e outras que pecaram. O bonito é que Deus quis que o Seu Filho viesse viver entre nós nessa geração misteriosa, da descendência de Davi.
Também somos envolvidos nessa graça, e, ao dar, como pessoas humanas, a resposta que o Espírito Santo suscita em nós, fazemos parte desse mistério. Portanto, o mistério do Natal, que nós preparamos, acompanhados pela Virgem Maria, leva-nos a participar dessa geração com profundidade e seriedade. Essa é a nossa história de salvação, é o amor de Deus derramado em nossos corações, que suscita a nossa resposta, a nossa participação, o nosso ato de fé.
Toda Palavra proclamada na Santa Missa nos conduz ao altar e à Eucaristia, porque aquilo que nós proclamamos se realiza. Na graça e na ação do Espírito, nós experimentamos uma presença com a qual comungamos e que suscita a vida que queremos viver nesse dia. Alimentar-nos-emos do verdadeiro corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, celebrando a Sua morte e a Sua ressurreição.