Um costume histórico do tempo da monarquia pode nos ajudar a entender essa realidade da nossa fé. Quando um rei era informado a respeito de que alguma cidade ou região de seu reinado estava passando muitas dificuldades por desobediência às leis, ele decretava a parusia. Esse era o tempo em que o próprio monarca visitava aquela cidade.
À frente dele eram enviados mensageiros para avisar ao povo da proximidade da chegada de sua majestade, a fim de exortá-los a uma mudança de vida. Muitas vezes, quando o rei chegava ao local, as situações erradas haviam sido corrigidas, pois o povo, antes em desordem, acolhia o aviso da Parusia e mudava de conduta. Então, o monarca não precisava castigá-los, mas celebrava com eles o restabelecimento da ordem e da paz.
Entretanto, em alguns casos, as cidades persistiam na conduta errada e, mesmo sendo avisadas da proximidade da visita do rei, em nada alteravam seu modo de viver; algumas vezes, usando a demora do rei em chegar, até pioravam as desordens. Isso obrigava o monarca a agir com severidade, corrigindo as desordens e separando os bons dos maus. Esses últimos experimentavam uma condenação, pois foram avisados, mas endureceram a cabeça e o coração e não mudaram de vida, acabaram colhendo a condenação que plantaram no tempo da desobediência.
Nós como Igreja vivemos esse tempo da Parusia. Já fomos avisados de que o nosso Rei virá em breve, e cada vez está mais próxima a Sua chegada. A nós cabe o acolhimento ou não da exortação à mudança de vida, pois disso dependerá o que vamos colher no tempo da segunda vinda de Cristo, nosso Rei. Ele virá, isso é certo!
O Senhor não tarda a cumprir sua promessa, como alguns interpretam a demora. É que ele está usando de paciência para convosco, pois não deseja que ninguém se perca. Ao contrário, quer que todos venham a converter-se (2Pd 3,9).
Não se engane com a demora da chegada do Senhor, pois esse é o tempo da misericórdia para nós, para que o maior número de fiéis esteja entre aqueles que o Rei, quando chegar, vai encontrar com a vida em ordem. A demora d’Ele em voltar é a nossa chance de colocar nossa vida de acordo com Suas exigências, pois nada poderá mudar essa verdade: Ele está chegando!
Preparemo-nos, vigilantes e dispostos às mudanças necessárias, para que, quando o nosso Rei chegar, em Sua vinda gloriosa, nós possamos tomar parte com Ele desse lindo momento.
Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova