nesta sexta-feira, 30/junho/2006
No ano dezenove do reinado de Nabucodonosor, rei da Babilônia, Nabuzardã, comandante da guarda e oficial do rei da Babilônia, fez a sua entrada em Jerusalém e destruiu o templo, colocando fogo em todo templo para que o ouro, que fazia a junção das pedras do templo, derretesse. A população foi levada para Babilônia como escravo e ficou lá por uma geração, ou seja, 40 anos.
Foi lá, escravizado, que o povo vez uma revisão de sua história e sentiu saudades de Jerusalém. Foi preciso a dor da escravidão para que eles se lembrassem dos prodígios que Deus lhes havia concedido.
Meus irmãos, eu lhes pergunto: “Nós vamos nos converter e optar pela mudança ou vamos precisar de todo esse sofrimento do exílio? Você sabe o que está acontecendo no cenário político do nosso país, sabe que se não houver conversão todos nós sofreremos”.
Nós vimos o filme sobre o papa João Paulo II, quando ele passou por duas situações de exílio dentro da própria Polônia, o Nazismo e o Comunismo, e este, com todos os seus tentáculos, foi tomando conta de tudo e a Polônia foi tornando-se um país comunista.
Será que para que o nosso coração mude é preciso passar por esse desterro? Só depende de nós. Não foi em vão que a Canção Nova lançou o projeto “Vence Brasil”, foi para que não olhássemos o nosso país como uma nação, mas como sendo nós mesmos. Será que precisaremos passar por todo esse sofrimento para percebermos a nossa necessidade de ouvir Deus?
Após um longo tempo, aquela geração que havia sido escravizada na Babilônia retorna para reconstruir a cidade que havia sido destruída, pois o rei assim permitiu. Eles só conseguiram voltar após a purificação de uma geração inteira.
Precisaremos que uma geração inteira passe pelo fogo para que possamos olhar para o futuro que temos diante de nós? É uma questão de conversão. O projeto “Vence Brasil” é para que o Senhor mude a situação de nosso país. Não estou fazendo uma pregação sobre política, mas estou falando de política porque somos cidadãos.
Nenhum de nós quer passar pelo mesmo sofrimento que passou Karol Wojtyla. Para evitar esse sofrimento, é preciso converter-se agora, trabalhar muito, pois está incluída em primeiro lugar a sua conversão. Depende de nós, do contrário passaremos pelo exílio sem sair da nossa terra, seremos vítimas de nós mesmos, do nosso próprio sistema de vida. Mas para o nosso consolo temos a Salve Rainha que nos diz exatamente isso:
“Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura, esperança nossa, salve! A vós bradamos, os degredados filhos de Eva, a vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrima. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó Clemente, ó Piedosa, ó Doce, sempre Virgem Maria. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo”.
Na carta aos Filipenses lemos: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem críticas, a fim de serdes irrepreensíveis e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo” (Fl 2,14). O Senhor já disse que nós somos como fermento numa massa e como sal num alimento que está se decompondo. Se tivermos força, coragem, ânimo e conversão, não precisaremos passar pelo sofrimento. Uma nova geração e um novo sistema virão, nós sabemos que Deus não irá nos abandonar, Ele é nosso redentor. Se for preciso passar pelo fogo, uma nova geração reconstruirá aquilo que nós destruímos.
Seu irmão,
Padre Jonas Abib