Oração: fonte de oxigênio

Retirado do livro “Os anjos companheiros no dia-a-dia”
Padre Jonas Abib

Enquanto estivermos nesta vida, estaremos num vale de lágrimas, gemendo e chorando. Não pense que Deus é mágico e que, de repente, tudo vai se transformar em sua vida e você nunca mais vai ter problemas e sofrimentos: este é um terrível engano em que o próprio diabo nos coloca e que nos fragiliza. É totalmente o contrário: por nossa vida ser o que é, precisamos rezar sem cessar.

Ninguém consegue ficar por um período muito prolongado debaixo d’água; depois de um tempo, por mais resistência respiratória que possua, é obrigado a vir à tona, senão morre. Isso será diferente se você fizer como os mergulhadores profissionais que usam máscara de oxigênio e respiram tranqüilos. No entanto, se o oxigênio terminar ou alguma coisa acontecer, eles têm de subir depressa para a superfície da água, senão morrem. Porém, enquanto o oxigênio flui, eles estão tranqüilos, nadando na parte mais profunda do mar.

A receita para vivermos neste vale de lágrimas é justamente este fluir do oxigênio, que é a oração. Ela é o “oxigênio” de Deus para nós. Ninguém agüenta viver neste vale de lágrimas se não estiver munido desse “oxigênio”.

Os anjos, que não foram desobedientes e portanto já venceram, querem que vençamos também; não querem que terminemos no fundo do mar da vida. Quando oramos, este oxigênio divino nos é ministrado pelos anjos e santos que vêm em nosso socorro para conseguirmos agüentar as dificuldades do dia-a-dia.

Assim diz o Livro do Apocalipse: “O diabo desceu para junto de vós, cheio de grande furor, sabendo que lhe resta pouco tempo” (Ap 12, 12b). Veio para nos destruir, e com grande fúria. Se não somos pessoas orantes, perecemos. Não sejamos nadadores ingênuos! Por melhores mergulhadores que sejamos, se não tivermos oxigênio suficiente, não conseguiremos. E mais: o oxigênio precisa fluir continuamente.

Da mesma forma, não conseguimos ficar sem oração; sem o fluir do “oxigênio” que a oração nos proporciona. Por isso, precisamos interceder uns pelos outros, apresentando continuamente as nossas necessidades a Deus. Como São Paulo disse: “Orai incessantemente” (I Ts 5, 17). Esta é a receita. Neste vale de lágrimas, a receita é orar sem cessar!

O Senhor quer despertar em nós a certeza de que nossa oração é atendida. É muito simples; compreenda o exemplo: o nadador testa o cilindro de oxigênio antes de entrar na água. Quando o faz, ele tem certeza de que este funciona tanto em cima como embaixo d’água. Assim, são as leis do Reino de Deus, que funcionam “lá em cima” e “aqui embaixo” também. O problema é que não as colocamos em funcionamento aqui na terra. Se estamos com preguiça e não abrimos esse “oxigênio” hoje, e se não o abrirmos amanhã e assim por diante, acabaremos morrendo. Se não oramos, perecemos. Se não abrimos a válvula do oxigênio, que é a oração, morremos.

Se estamos chateados com algum problema, é justamente por essa razão que devemos abrir mais o “oxigênio”, e isso significa rezar mais! Se você está cansado, sem forças, você precisa rezar mais. Talvez não faça grandes orações, mas seu coração precisa rezar; talvez, sem forças, você somente pronuncie: “Meu Deus, piedade! Meu Deus, misericórdia!” Mesmo que seja apenas: “Meu Deus!” ou apenas: “Jesus”. O importante é você estar orando, e o “oxigênio” haverá de borbulhar em seu interior.

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