:: Peco por que sou pecador ou sou pecador por que peco?

Retirado do livro do Padre Jonas Abib
“Combatentes no provação” (páginas 27 a 31)

Veja o que nos diz a Carta de São Tiago: “Que ninguém, quando for tentado, diga: ‘Minha vem de Deus’. Pois Deus não pode se tentado a fazer o mal e a ninguém tenta. Cada qual é tentado por sua própria concupiscência, que o arrasta e seduz” (Tg 1,13-14).

O que é ? Veja a resposta:

“Ele dizia: ‘O que sai do homem, isto é o que torna o homem impuro. De fato, é do interior, é do coração do homem que saem as más intenções, desregramentos, furtos, homicídios, adultérios, cupidez, perversidades, astúcias, , injúrias, vaidade, insensatez” (Mc 7,20-22).

Essas sementes já existem em nós; se não as utilizamos é porque, pela graça de Deus, não estão florescendo. Satanás já as semeou e tenta cultivá-las em nós. É do coração do homem que saem as más intenções que o tornam impuro. Concupiscências são sementes do mal que têm forças e querem florescer em nós. Em determinado momento, é a ganância; em outro, é a inveja; ainda em outro, é a impureza… e assim por diante. São Paulo diz claramente:

“Sei que em mim – quero dizer em minha carne – o bem não habita: querer o bem está ao meu alcance, não, porém, praticá-lo, visto que faço o bem quero, que quero, e faço o mal, que não quero. Ora, se faço o que não quero, não sou eu quem age, mas o pecado que habita em mim” (Rm 7,18-20).

Não podemos ser ingênuos! Existe muita tentação que o demônio nos apresenta, mas a pior delas já existe em nós: a concupiscência. Ela age de duas maneiras: violenta e jeitosa. Com a primeira, ela arrasta sem medo a pessoa para o pecado. Com a outra, mais comum – a concupiscência jeitosa –, vai chegando de mansinho, com sedução, “piscando” de lado, dando “sorrisinhos”… E vai o atraindo até você cair. A Palavra de Deus esclarece: não é o maligno, é a própria concupiscência que nos arrasta e seduz. O diabo apenas se utiliza dela para nos derrubar.

“Uma vez fecundada, a concupiscência dá à luz o pecado, e o pecado, tendo atingido a maturidade, gera a morte” (Tg 1,15a).

Quando o pecado amadurece e cria raízes em nós, fica difícil de nos livrarmos dele. Somente pelo arrependimento e pela confissão, Deus o arranca pela raiz, mas mesmo assim temos de ficar atentos, porque a concupiscência continua dentro de nós, como semente.

A concupiscência é “sem-vergonha”. Depende de você aceitá-la ou não para o pecado se concretizar.

Você pode passar por uma tentação muito forte e vários dias de tribulação, mas Jesus lhe diz: “Meu filho, seja firme. Nestes momentos, Eu estou rezando por você. Estou vendo a concupiscência atacando você, tentando-o, seduzindo-o, arrastando-o… Mas Eu estou orando por você. Não posso fazer nada além disso, pois quem decide ser vencedor é você!”

São Francisco de Assis enfrentou a tentação duas vezes de maneira agressiva. Uma das vezes, quando sentiu o “fogo” da tentação, passou dias lutando contra a concupiscência dentro dele. Quando ele não agüentava mais, jogou-se no meio das roseiras cheias de espinhos. Ele deu a vitória a Jesus, e Jesus deu a vitória a ele. Hoje, em Assis, ainda vemos essas roseiras que não têm mais espinhos. Aqueles espinhos foram embora porque a intercessão de Jesus uniu-se à vontade firme de Francisco em dizer: “Não, eu não peco!”

Da outra vez, Francisco foi novamente tentado, violentamente, em sua concupiscência. Tudo começou com um sentimento bom: o desejo de ser pai. Enquanto ele olhava para um bonequinho de neve que havia feito, a concupiscência dentro dele o provocava: “Você poderia ser pai de uma criatura assim, muito mais bonita do que essa”.
Quando Francisco percebeu a violência da tentação agindo sobre sua sexualidade, empurrando-o para o pecado, ele não teve dúvida: tirou a roupa e rolou na neve para apagar o “fogo” provocado por ela. Isso é que é ser homem. Isso é que é ser santo!

Ceder à concupiscência qualquer fraco o faz… e está fazendo. Mas aqueles que são realmente homens e mulheres de Deus vencem a tentação movidos pela vontade de dar ao Senhor a vitória.

A concupiscência pode afoguear seu corpo, seus sentimentos, seus afetos, sua imaginação… Mas você não precisa ceder; não pode deixá-la se enraizar no coração.

“Não vos enganeis, meus irmãos muito amados” (Tg 1,16).

O inimigo de Deus sabe que tudo está em nossa vontade, somos nós que decidimos. Por isso decidiu miná-la e anular nossa capacidade de decisão. Muitos acabaram “indo na onda” dos outros e se afundaram.

Peça ao Senhor que fortaleça sua vontade. Abra o coração para que o Divino Espírito Santo lhe revele as concupiscências que pesam sobre você, fazendo esta oração.

Eu me decido por Ti, Senhor: Pelos teus caminhos e pelas tuas leis. Eu me decido a não deixar que a concupiscência seja fecundada em mim. Dá-me, portanto, Senhor força de vontade. Dá-me a graça da decisão.

Eu me decido a não pecar. Mesmo que eu sinta a força da concupiscência em mim, querendo me arrastar, eu não vou ceder.

Eu sou “terra boa” e não posso produzir maus frutos. Não posso produzir pecado em minha vida. Só as sementes de Deus podem florescer em mim.

Senhor Jesus, estou declarando: Hoje te dou a vitória.

Sei que cedi à tentação muitas vezes, e por isso, minha vontade se enfraqueceu. Peço: fortalece minha vontade. Dá-me a graça de não pecar.

Senhor, eu me decido por Ti!


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