Reagir diante da incredulidade e da impiedade

Estamos sofrendo uma “eclipse” em nossa fé. Mesmos as pessoas que receberam a garra do batismo no Espírito, que participaram da Igreja, que estão à frente de grupos, que receberam os dons do Espírito Santo, mesmo estes estão sendo violentados na própria fé.

As aves de rapina, como o gavião, quando localizam uma presa, fazem um voo espreitando a vítima e preparando o bote: depois caem rapidamente e agarram-na sem fazer nenhum ruído e sem que ela perceba. O inimigo de Deus age assim conosco. Como o gavião, ele é certeiro! Prepara o bote, e sem fazer barulho, dá o golpe fatal!
O tentador tem agido dessa forma com a nossa fé, causando em nós dois grandes males: a incredulidade, que é o oposto da fé e a impiedade.

A palavra “piedade” vem de “pio” e significa aquele que tem amor filial para com seu pai; o oposto disso é “impiedoso” ou “ímpio”, que é aquele que não possui esse amor filial. O que o maligno quer atingir é justamente o nosso amor pelo Pai. Ele golpeia, certeiro, o nosso coração para arrancar dele a piedade: esse amor de filhos.

A piedade é um dom do Espírito Santo que nos faz amar a Deus, reconhecendo-O como Pai. É o Espírito Santo que nos dá a certeza de que Deus é nosso Pai. É o próprio Espírito que clama dentre de nós “Abbá, Pai”.

Os sintomas desse ataque do inimigo em nossa fé e em nossa piedade são a falta de gosto pela oração e o desinteresse pela Palavra de Deus. A leitura da Bíblia se torna árida, sem gosto, já não causa mais satisfação.

Infelizmente, nos tornamos tão insensíveis que não percebemos esses sintomas. Ficamos anestesiados… e pensamos que tudo está certo, afinal, já servimos muito, participamos bastante de grupos de oração, retiros…

A impiedade é como um câncer que vai se ramificando e tomando conta sem que a pessoa perceba. Mas Jesus vem em nosso auxílio, como veio em auxílio dos discípulos de Emaús. Ele caminha conosco porque vê nossa situação e cuida de nós. Ele mesmo disse: “Eu sou o bom pastor e cuido das minhas ovelhas” (cf. Jo 10,11).

Jesus, como um Pastor, cuida de cada ovelha pessoalmente, pois Ele é o maior interessado na nossa recuperação.

Precisamos nos entregar nas mãos do Senhor, deixar-nos trabalhar por Ele como aqueles dois discípulos de Emaús. Ele quer curar o nosso coração da ferida mortal que o inimigo produziu em nós: a incredulidade e a impiedade.

Permita que Cristo cure você pelo anúncio da Palavra. Dessa maneira, Ele o levará para a Eucaristia, como fez com aqueles discípulos.

. Se não buscamos esse sacramento há muito tempo é preciso deixar Jesus trabalhar o nosso coração e redespertar em nós o arrependimento. Cristo inicia a cura do coração com o sacramento da penitência e a conclui pela Eucaristia.

O livro “A Imitação de Cristo” nos ensina:
“É preciso recorrer com frequência à fonte da graça e da misericórdia divinas, à fonte de toda bondade e pureza. É o meio de curar o mal que está em ti e aumentar tua força e tua vigilância contra todas as tentações e astúcias do diabo. Sabendo que na comunhão se dispõe dos maiores frutos e dos melhores remédios, o inimigo se esforça, por todos os meios e em todas as ocasiões, por reter ou impedir, graças à sua superioridade, os fiéis de a ela aceder” (“Imitação de Cristo”, livro IV).

A salvação e a força para resolver qualquer situação estão na Eucaristia: ela nos cura, nos liberta e nos dá forças para tomarmos a nossa cruz de cada dia e seguirmos rumo ao Pai.

Muitas pessoas ficaram frias na fé, principalmente porque frequentaram falsas religiões ou buscaram métodos de cura e libertação em filosofias, crenças e práticas não cristãs. Esses métodos levam as pessoas a se voltarem para si mesmas, o que acaba atingindo a sua fé. Esses métodos reduzem tudo ao nível simplesmente humano e, sem que a pessoa perceba, eles vão retirando todo o sobrenatural. Acabam anulando a fé, surgem as boas justificativas para tudo: para a pouca oração, para não participar da Eucaristia… Dessa forma as pessoas acabam sendo vítimas da incredulidade. A morte da fé vai acontecendo de maneira muito “nobre e diplomática”. Tudo isso está muito na moda e tem penetrado também no meio religioso, de maneira sutil.

A cura para todos esses males está na Eucaristia. Os nossos olhos também se abrirão e reconheceremos Jesus “ao partir do pão”. Não precisará Ele estar visível diante de nós. Ele permanecerá oculto na Eucaristia e a venda dos nossos olhos cairá.

Trecho do livro “Eucaristia: nosso tesouro” de monsenhor Jonas Abib

Evite nomes e testemunhos muito explícitos, pois o seu comentário pode ser visto por pessoas conhecidas.