:: Ruminação da Palavra

Retirado do livro de Pe Jonas Abib
“A Bíblia no meu dia-a-dia” (páginas 61 a 68)

Com o passar dos anos, nós da Canção Nova avançamos na maneira de trabalhar com a de uso do Diário.

Esse passo à frente bom, é saudável, leva-nos a crescer e a nos aprofundar na Palavra. É mais uma opção de trabalho. Você pode recorrer a outras formas como e quando quiser.

A palavra Ruminação se adapta bem a esse método. Tal como os bovinos, comemos a Palavra de Deus e, em seguida, paramos e começamos a ruminar o conteúdo engolido. Esse é um momento vital; é a condição necessária à boa digestão e assimilação.



O método tem cinco etapas ou movimentos: ler, saborear, orar, contemplar, e escrever.

1. LER: Escutamos a palavra de Deus. É a hora de engolir. É uma leitura bem ativa: lemos com lápis ou caneta na mão, sublinhando e destacando elementos essenciais: verbos, sujeitos ativos, ações, atitudes, pensamentos, a situação, os motivos das ações.
Mais do que ler, na verdade relemos várias vezes, fazendo com a caneta todas essas anotações. Podemos recorrer a outras traduções que ajudem a esclarecer; lançar mão de introduções, explicações e notas de rodapé, hoje abundantes em nossas Bíblias; podemos também comparar com as passagens paralelas, em geral indicadas nas margens das páginas da Bíblia, logo depois dos títulos etc.

2. SABOREAR: Poderíamos chamar essa etapa de meditar, pois na verdade é uma meditação da Palavra mastigada. Não o fazemos, contudo, para não dar a impressão errônea de que se trata de um trabalho puramente intelectual, preferindo denominá-la saborear.
Eis o principal momento em que devemos nos deixar impregnar pelos sentimentos que o Espírito Santo faz surgir em nós por meio da Palavra: alegria, medo, confiança, generosidade, arrependimento, esperança, entusiasmo etc. Os vários sentimentos, os vários impulsos que se misturam uns aos outros…

3. ORAR: Como é de esperar, esses sentimentos nos levam a dar uma resposta. Não é tanto responder à Palavra quanto ao Senhor que, pela Palavra, infundiu em nós esses impulsos. Brotam naturalmente o louvor, o arrependimento, a súplica, a gratidão, o pedido de perdão, a oferta, a adoração e assim por diante.
Mais do que oração por palavra, essa vai ser uma oração de sentimentos e de atitudes interiores.

4. CONTEMPLAR: Pouco a pouco, todos aqueles sentimentos que se misturavam e se multiplicavam em nós, os vários movimentos de oração por eles provocados vão se simplificando e se unificando em nosso íntimo. É a hora da tranqüilidade, da harmonia, do repouso em Deus.
Eis o que significa contemplação: entramos, mediante a Palavra, no Templo de Deus que existe em todos nós e aí nos deixamos ficar repousando no Senhor. Vem aqui a simplificação de todos os nossos movimentos interiores.

5. ESCREVER: O ponto de chegada é a contemplação. Contudo, depois que a rede está repleta de peixes, não se pode deixar que escapem e se vão. Apesar do gozo espiritual que a contemplação lhe traz, ponha-se a escrever: é o seu Diário Espiritual, feito agora de maneira distinta e certamente muito proveitosa.

Não é questão de escrever muito, nem é o momento de narrar ou descrever o que se passou. Agora, temos somente de registrar:

– O que Deus me falou?
– O que Ele realizou em mim?
– O que Ele deixou depositado no meu interior?

Isso tudo é muito precioso; é algo que não se pode perder. Você também pode registrar:

– O que, a partir dessa Palavra, Deus diz hoje de mim?
– O que Ele diz para mim?

A ruminação da Palavra é a medida perfeita para certos momentos-chave: para dias de retiro, deserto, revisão; em horas de discernimento, diante de escolhas e decisões. O Senhor com certeza vai conduzir você, mesmo que não haja tempo e até disposição inicial, a embarcar decididamente na experiência da Ruminação da Palavra.

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