O Senhor começou a ceia da instituição da Eucaristia lavando os pés dos Seus apóstolos. Esse episódio tem uma ligação muito íntima com a Eucaristia. Lavar os pés era uma coisa própria dos escravos. Nenhum homem livre fazia isso, nem mesmo um discípulo lavava os pés de seu mestre.
Diante de todas as discussões dos apóstolos sobre quem seria o maior ou o menor, sobre quem teria o primeiro ou o segundo lugar em seu reino, Jesus, naquela última ceia, começa assumindo a posição de escravo. Foi isso que espantou Pedro e os demais discípulos: Cristo toma uma bacia, uma jarra com água, a toalha, e se põe a lavar os pés de Seus apóstolos. Ele assume a posição de escravo.
O Senhor foi lavando os pés dos discípulos, um após o outro, até chegar a vez de Simão Pedro, que não queria permitir que o Mestre fizesse isso. Jesus dialogou, até que este aceitou que o Senhor lhe lavasse os pés também. Depois de ter lavado os pés de todos eles, Cristo tomou a palavra e disse: “Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque realmente eu o sou. Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei um exemplo, para que vós também façais como eu fiz”.
Nosso Senhor queria dizer que havia tomado a mais absoluta posição de serviço. Seus discípulos O chamavam de Senhor e Mestre e deviam mesmo fazê-lo, porque Ele o é. Logo, se o Senhor e Mestre tinha tomado a posição de escravo lavando os pés deles, é porque queria que eles fizessem o mesmo.
Que cada um assuma a posição de escravo diante de seu irmão e seja como o escravo de seu irmão. Isso é básico no Cristianismo. Amar significa lavar os pés de quem amamos. Isso é colocar-se a serviço, é o maior gesto de amor, é ser servo. É um gesto no qual a pessoa se dobra diante do outro, quebrando todas as barreiras do preconceito e do orgulho, pois o amor supera tudo.
A Eucaristia é a maior prova de amor e doação. O Senhor se dá por inteiro nesta linda manifestação de amor e doação. Jesus serve e nos convida para servirmos os demais, manifestando esse amor e entrega por meio da Eucaristia. Uma presença real que nos sustenta e nos une.
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib