Adorar é amar a Cristo. Sabemos que amamos aquilo que conhecemos. É preciso buscar o rosto de Cristo, contemplar esse rosto para nele nos transformar. Não há dúvida de que esse conhecimento é concebível a partir de uma renovada escuta da Palavra de Deus. Ela nos permite contemplar o rosto de Cristo. À Palavra recorrem, já em larga medida, os indivíduos e as comunidades que dela se ocupam, habilitados com a ajuda preciosa de estudos bíblicos. É preciso consolidar e aprofundar esse conhecimento de Cristo pela Palavra. O salmista já cantava: “Tua face, Senhor, eu busco” (Sl 27,8). De modo particular, é necessário que a escuta da Palavra se torne um encontro vital que permita ler o texto bíblico como palavra viva que interpela, orienta, plasma a existência e nos transforma em Cristo.
Alimentar-nos da Palavra para sermos envolvidos pela presença de Deus que dela emana. Devemos reviver em nós o sentimento ardente de Paulo que o levava a exclamar: “Já não sou eu quem vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Essa paixão não deixará de suscitar na Igreja uma nova sede da presença de Cristo, um desejo ardente de a Ele se voltar, de buscá-Lo, com todas as nossas forças, a ponto de professarmos como os santos: “Ele é meu único amor, meu único querer, minha única riqueza”. Quem verdadeiramente encontrou Cristo não pode guardá-Lo para si; tem de anunciá-Lo e levar outros a buscar o Seu rosto.
Os adoradores são testemunhas de que Cristo há de ser proposto a todos com confiança. Neles arde o desejo de que o “Amor seja amado” como bem o viveu Santa Teresa de Jesus e como o grande apóstolo Paulo, que testemunhou: “Para todos eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns” (1Cor 9,22b).
Deus o abençoe!
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Trecho extraído do livro “Agora meus olhos Te viram!” do monsenhor Jonas Abib