Muitas pessoas têm o coração bloqueado, não conseguem se abrir ao amor de Deus e à ação do Espírito Santo. Esse bloqueio é causado, muitas vezes, por revoltas que ficaram armazenadas no coração.
Nosso grande erro é pensar, em nosso senso de justiça, que é justo nos revoltarmos contra as pessoas e as situações. É um grande erro! Mas de onde vem nossa revolta? Ela vem do diabo! Ele se revoltou com Deus e consigo mesmo, porque, por orgulho, perdeu tudo. Ele é o revoltado contra tudo e contra todos, e seu objetivo é nos transmitir esse mesmo “vírus”.
Além de compreendermos a verdade, é preciso renunciarmos ao mal. Diga, agora, de coração:
“A revolta que está no meu coração não é minha, por isso eu a rejeito, refuto e renuncio. Não quero mais saber dela. Ela não veio de Deus, mas do demônio. Eu renuncio, agora, a toda revolta! Não a quero mais, não vou mais dar lugar a ela. Perdoe-me, Senhor, eu não sabia o que estava fazendo. Limpe, Senhor, o meu coração.”
Conheci uma senhora que me contou as brigas terríveis que teve com seu marido por causa da infidelidade dele. Este senhor havia aprontado muito com ela e com sua família, deixando-a decepcionada e ressentida. Ao ver a ousadia do marido, ela sentia muita revolta. Pouco depois, aquela revolta que ela julgava ser justa, pois era vítima da infidelidade de seu marido apesar de tão fiel e dedicada a ele, foi se transformando em ódio. Pouco tempo depois, ela foi possuída por um ódio mortal.
Há muito tempo, eles viviam em quartos separados; e ela mal podia ver seu marido em casa. Ele, por sua parte, vivia descaradamente aquela situação de traição, sem pensar em sair de casa, com telefonemas e encontros sem mais segredos nem reservas. Os próprios filhos assistiam a tudo.
Um dia, numa briga daquelas de “pegar fogo”, ela não se aguentou: foi na direção dele com violência e bateu nele. Bateu e apanhou. Quando estava no auge da raiva, ela parou, olhou bem para os olhos dele e, sem entender muito bem o que se passava com ela, disse: “Não o odeio mais! Sei que não adianta. Só me estraguei, só me feri, só fiz mal a mim mesma. Não estou dizendo que o que você fez está certo, mas fique sabendo que eu não o odeio mais!”.
Ela contou-me que olhou bem para ele e disse-lhe ainda mais: “A partir de agora, começarei a amá-lo por tudo o que você me fez”.
Imagine o que passou no coração daquele marido! Ele foi tão descarado que, em vez de se render, começou a debochar do que ela havia dito. Para ele seria o momento de se render, mas não o fez. Ela me disse que, naquela hora, o ódio e a revolta voltaram com mais força ainda. Teve vontade de agredi-lo novamente, mas pensou: “Não! Eu não o odeio mais. Começo agora a amá-lo”. Essa senhora ainda testemunhou que foi difícil, porque ele permaneceu em casa. Por isso, muitas vezes, teve de morder a língua para não soltar palavrões. Ficava repetindo para si mesma: “Eu não o odeio mais”. Dizia várias vezes para si mesma: ” Eu amo o fulano”.
Na verdade, o que essa mulher fez foi um dos mais heroicos gestos de amor que eu já vi. Essa história é uma “receita” de Jesus para nós, pois é amando que Ele quer nos dar um novo coração. Precisamos fazer o mesmo!
Não sei contra quem você sente revolta, mas sei que Jesus está lhe dando a oportunidade de fazer o mesmo que aquela senhora fez: “Eu não te odeio mais, porque esse ódio só me fez mal. Esse ódio só me matou e me estragou. Eu não quero morrer; quero viver”.
Se o que você sente não é ódio, mas raiva, rancor, ressentimento, mágoa e decepção, diga como aquela senhora: “Não me revolto mais! Não tenho mais raiva. Não odeio mais! Ao contrário: eu amo você”. Mesmo que esse “eu amo você” saia sofrido do seu coração que está machucado, decida-se a não se revoltar mais!
Texto do livro: “Geração PHN”, de mosenhor Jonas Abib